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Paraná avança com o esporte

O Estado do Paraná nunca praticou tanto esporte. Ricardo Gomyde deixa a presidência da Paraná Esportes, mas o trabalho terá continuidade nas mãos de Milton Alves.

Nunca se praticou tanto esporte no Paraná como nos três últimos anos, coincidentemente no período da gestão de Ricardo Gomyde na presidência da Paraná Esporte. Projetos importantes foram criados como o Segundo Tempo, em parceria com o governo federal, outros retomados, como os Jogos Colegiais, Jogos Universitários e o Viva o Verão, e alguns ampliados, como o Rexona, Jogos da Juventude e Jogos Abertos.
Ricardo Gomyde deixou a presidência da Paraná Esporte nesta última sexta-feira (31/3), se desencompatibilizando do cargo no prazo para concorrer a uma vaga na Câmara Federal. Deixa como substituto o seu chefe de gabinete, Milton Alves. Além de garantir a continuidade dos trabalhos na autarquia, a sua indicação comprova o prestígio que Gomyde sempre teve com o governador do Estado, Roberto Requião.
A evolução do esporte no Estado em sua gestão é comentada por Ricardo Gomyde na entrevista abaixo.

Pergunta – No governo anterior, víamos centros de excelência do esporte, hoje vemos Jogos Colegiais, Segundo Tempo e outros. Qual a diferença entre essas políticas de esporte?

Gomyde – Os centros de excelência estavam localizados na região de Curitiba e eram trabalhadas apenas as crianças com boa aptidão para o esporte. A nossa política é de estimular a prática esportiva entre todos. Além de formar novos talentos esportivos, utilizamos o esporte para formar cidadãos, contra as drogas, a marginalidade e a ociosidade.

— Quais os principais benefícios dos Jogos Colegiais para a população?

— É na escola que está a matéria prima do esporte de base. Os Jogos Colegiais envolvem hoje cerca de 400 mil estudantes da rede pública e privada de ensino. Além de estimular a prática esportiva, o Jocops é uma ferramenta de integração. Entre os participantes, 10% são portadores de necessidades especiais. Há ainda a participação de alunos de educandários (casas de recuperação de adolescentes em conflito com a lei) e de assentamentos rurais, como a Valdiléia Martins, de Querência do Norte. Ela é hoje uma referencia esportiva do estado. A atual vice-campeã brasileira de salto foi descoberta nos Jogos Colegiais. Como ela, existem vários outros exemplos. Na fase final da competição, que se inicia em 7 de julho, teremos cerca de 20 mil estudantes em Curitiba.

— Os demais jogos oficiais do Estado passaram por reformulações. O que mudou?

— Os Jogos da Juventude e Abertos foram ampliados e hoje são disputados em oito regionais. O investimento do Estado nessas competições passa dos dois milhões de reais por ano. Além de pagar a premiação, o material esportivo e a arbitragem, o governo ainda faz um repasse aos municípios sedes para despesas com estrutura e alimentação. O esporte universitário também ganhou força no Paraná. Em 2003 fomos sede dos Jogos Universitários Brasileiros. Em 2004 retomamos a organização dos Jogos Universitários dentro do Estado, em parceria com a FPDU, e em 2005 já tivemos a participação de 21 universidades na competição. E neste ano acontece em Curitiba o Sul-Americano Universitário.

— Quais os projetos em que o Estado conseguiu parcerias para desenvolvê-los?

— Pelo bom relacionamento com o Ministério do Esporte, conseguimos trazer para o Paraná 208 núcleos do projeto Segundo Tempo, que estão atendendo 42 mil crianças com a prática do esporte no contra-turno escolar. Esse é o maior projeto de inclusão social pelo esporte já visto no Paraná. Os estudantes recebem reforço alimentar e material esportivo. As modalidades são escolhidas de acordo com as características das regiões, como por exemplo o surfe no litoral. Outro parceiro é o Rexona/Instituto Compartilhar, do técnico Bernardinho. Ano passado, inauguramos o projeto em mais cinco municípios no interior do Estado. Hoje são cerca de quatro mil crianças em todo o Paraná.

— Qual é o grande trabalho desenvolvido na área do lazer?

— Na área do lazer, temos reconhecidamente o maior projeto da costa litorânea brasileira. Desenvolvido também na costa Oeste e Norte, o Viva o Verão realizou 700 mil atendimentos em 2006. Além de propiciar o lazer aos veranistas, turistas e população local, é desenvolvido um trabalho educacional buscando conscientizar a população sobre os benefícios do esporte para a saúde, além de estimulá-la à prática esportiva durante todo o ano.

— Qual o papel do Conselho Estadual do Esporte instituído pelo governador Roberto Requião?

— O Conselho é formado por representantes da sociedade civil que ajudam a formular a política de esporte do Paraná. Instituído no ano passado com o esforço da Paraná Esporte e da comunidade esportiva, ele tem realizado ações importantes. Um dos exemplos é a definição de regras claras no regulamento dos jogos oficiais que penalizam ações de discriminação e racismo.

— Além de ter seus próprios projetos e eventos, a Paraná Esporte é também uma instituição de apoio ao esporte amador no Paraná?

— Sem dúvida. A Paraná Esporte contribui para o aperfeiçoamento de diversas modalidades no Estado. Enriquecemos o calendário esportivo de diversas federações, ajudando-as a realizar competições e apoiando-as em viagens e treinamentos. O surfe, o handebol, o bodyboard, o vôo livre, futsal, basquete, canoagem, judô, natação, vale-tudo, atletismo, ginástica, xadrez, entre tantas outras modalidades, encontraram na Paraná Esporte uma entidade parceira na realização de eventos. Durante os três primeiros anos de minha gestão foram investidos cerca de três milhões de reais na realização de competições e apoio em viagens. O nosso surfe era apenas a nona força no país, hoje o Paraná é Top 4. O futevôlei, pela primeira vez tem uma dupla campeã brasileira. Temos vários outros exemplos.

— E no futebol, a Paraná Esporte tem se envolvido?

— Sim, afinal o futebol não atinge só o praticante, mas no Brasil é um lazer para muita gente. Procuramos apoiar os segmentos mais carentes. Em parceria com a Paraná Educativa, conseguimos transmitir a Série B do Campeonato Paranaense em 2005 e também várias competições do futebol amador. Isso ajuda os clubes dando a visibilidade necessária para buscarem patrocínios e parcerias.

— Você está se desligando da Paraná Esporte para se candidatar a deputado federal. Quais são seus planos?

— Apesar de jovem, tenho experiência no legislativo, pois fui o mais novo deputado federal da história do Paraná, com apenas 22 anos. Sempre fui muito ligado à Educação e ao Esporte e essas são bandeiras que pretendo defender. O crescimento do país depende de uma boa educação de nossa população. Já o esporte é uma arma no combate à marginalidade, às drogas, obesidade, ou seja, aos principais problemas que prejudicam nossa juventude hoje em dia.

Fonte: Paraná Esportes