Para ONU, comando de Israel violou o cessar-fogo

A ONU declarou que o ataque de um comando israelense no leste do Líbano, neste sábado (19), violou a trégua intermediada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que interrompeu os combates entre Israel e o Hezbolá. Kofi Annan, secretário-geral da ON

Um porta-voz de Annan transmitiu seu posicionamento. “O secretário-geral está profundamente preocupado com a violação pela parte israelense da cessação das hostilidades, tal comno foi decidido pela Resolução 1701 do Conselho de Segurança”, disse ele. 


 


O posicionamento do secretário-geral se seguiu à ameaça libanesa de interromper o deslocamento de suas tropas para o sul do país, caso a violação não fosse caracterizada. O ministro da Defesa do Líbano, Elias Murr, disse no sábado, depois de um encontro com representantes da ONU: “Se não houver respostas claras a caminho nessa questão, posso ser forçado a recomendar que o gabinete (de ministros do Líbano) interrompa o deslocamento do exército para o sul na próxima semana”.


 


Franceses chegaram: são 49


 


Um primeiro e reduzido contingente de refoprços da força de paz da ONU — 49 soldados franceses — chegou no sábado ao porto de Naqura, no sul do Líbano. Outros 200 são esperados nesta semana.


Entretanto, Mark Malloch Brown, vice-secretário-geral da ONU, disse que outros países precisam dar passos para completar a força de vanguarda de 3.500 homens, que a ONU pretende mobilizar no terreno até o próximo dia 28, para assegurar a manutenção da paz entre Israel e o Líbano.


 


Murr disse que o comando israelense pode provocar uma reação do Hezbolá, que por sua vez levaria a represálias de Israel. Ele sugeriu que Israelo pode estar provocando uma resposta, de forma a ter uma desculpa para atacar o exército libanês. “Não enviaremos o exé4rcito para se tornar presa de uma armadilha de Israel”, disse ele.


 


Apesar dos termos do cessar-fogo, Israel disse que conduziria “ações defensivas”, caso suas tropas estejam “ameaçadas”. Mas a incursão ocorreu num local distante das posições de Israel no sul do Líbano.


 


A desculpa israelense


 


Conforme Israel, o raid que aconteceu nas primeiras horas da manhã de sábado foi defensivo e objetivou interromper suprimentos de armas do Irã e da Síria ao Hezbolá. A resolução do cessar-fogo se refere a uma cessação desses fornecimentos, como parte do encerramento permanente do conflito, mas não exige que eles sejam interrompidos de imediato.


 


O porta-voz israelense disse que operações como as de ontem vão prosseguir até que “uma unidade de monitoramento efetivo” se apresente para  prevenir a reconstituição do arsenal do Hezbolá.


 


Mark Regev, porta-voz da chancelaria de Israel, disse: “Caso os sírios e o Irã continuem a armar o Hezbolá, vionaldo a resolução [de cessar-fogo da ONU], Israel pode agir para efetivar o princípio dp embargo das armas”. “Uma vez que o exército libanês e a força internacional sejam ativados… Então uma tal atividade israelense se tornará supérflua”, agregou.


 


Outro ministro confirmou que Israel vai continuar a realizar raids no Líbano. “Na medida em que o exército libanês e as forças internacionais não sejam deslocadas [para o sul do Líbano], o exército de Israel não vai deter seus vôos sobre a região para deter a transferência de armas da Síria”, afirmou Gideon Erza, titular do Meio Ambiente, considerado próximo do primeiro ministro Ehud Olmert, numa rádio estatal.


 


A operação israelense, colocando em risco o cessar-fogo, pareceu indicar que Israel visava atingir alvos perto de Baalbek — talvez tentando resgatar os dois soldados seus capturados pelo Hezbolá em 12 de julho, por meio do seqüestro de um dirigente da guerrilha libanesa para permutar pelos soldados.


 


Com informações da TV árabe Al Jazira