Juruna confirma: apoio a Lula cresce na Força Sindical

Diversas lideranças da Força Sindical aderiram à campanha de Luiz Inácio Lula da Silva a presidente. Mais do que isso, o apoio à reeleição é cada vez maior no interior da central. Quem garante essa tendência é o metalúrgico João Carlos Gonçalves,

Publicado 17/08/2006 21:26

''Muitos de nossos sindicalistas, mesmo que não-filiados ao PT, estão apoiando a reeleição. E em nenhum outro momento o apoio a Lula foi tão grande'', afirmou Juruna, em entrevista ao Vermelho. ''Entre nós (da Força Sindical), é unanimidade que a relação entre governo e sindicalistas melhorou nos últimos quatro anos.''

Prova do prestígio de Lula na Força é a agenda do presidente nesta sexta-feira (18/8). O candidato da coligação ''A Força do Povo'' (PT, PCdoB e PRB) se encontra com lideranças da central às 17 horas, no Hotel Sofitel, em São Paulo. Dirigentes da Força Sindical vão reivindicar um estreitamento de laços, a exemplo da relação entre governo federal e CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Uma hora depois, Lula vai ao Clube Atlético Juventus, também em São Paulo, onde ocorre a Plenária de Sindicalistas em Apoio à Reeleição. Cerca de 5 mil representantes de todas as centrais do Brasil, inclusive a base da Força, estarão presentes. Lula também conta com o apoio institucional da CUT, deliberado em junho, durante o nono congresso da entidade.

Alckmin em xeque
No interior da Força Sindical, o crescente apoio à reeleição tem ofuscado a majoritária adesão à candidatura de Geraldo Alckmin. A principal razão, segundo Juruna, é que ''o governo Lula trouxe muitas conquistas aos trabalhadores, como as negociações conjuntas do salário mínimo, os aumentos reais, a criação do Fórum Nacional do Trabalho e a legalização das centrais''.

Apesar dessas realizações, esperava-se que o candidato da direita sensibilizasse mais lideranças da Força. Alckmin, por sinal, participou da festa de 1º de maio promovida pela Força Sindical em São Paulo. Ao lado do presidenciável tucano, estavam outros ícones conservadores, como José Serra, Gilberto Kassab, Cláudio Lembro, Paulo Skaf, Guilherme Afif e Roberto Freire. O candidato da coligação PSDB-PFL não terá, porém, apoio dos principais líderes da central.

O Vermelho apurou que Juruna deve votar em Lula, embora o sindicalista se recuse a declarar publicamente seu apoio. ''Essa (pergunta) eu não vou responder, não. Não posso. Fizemos um acordo, e eu não devo me manifestar minha preferência''. Já o presidente licenciado da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, é cabo eleitoral de Cristóvam Buarque (PDT).

Em nota à imprensa, a central destacou sua tradição pluralista. ''A Força Sindical foi fundada há 15 anos com o propósito de ser uma central comprometida em agrupar as mais diversas tendências políticas e sindicais da sociedade brasileira. Na nossa entidade nunca houve limites para o livre debate de idéias, de opiniões e de pensamento'', diz o texto.

Da Redação,

André Cintra