Vinícius Puhl: “Viva o Internacional de Porto Alegre!”

Após 97 anos de existência, o Esporte Clube Internacional de Porto
Alegre sagrou-se campeão do principal campeonato de futebol do
continente: a Taça Libertadores da América. Campeonato batizado em
homenagem aos heróis da luta pela libertação d

O Inter conquista este importante título do futebol mundial na noite
de 16 de agosto de 2006, data que marca, entre outros fatos históricos
importantes, o nascimento de Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes, herói da inconfidência.


 


Recebi com muito orgulho a tarefa de escrever sobre este fato, que
demorou 26 anos para se realizar, após a tentativa em seis finais no
total de onze participações, a conquista pelo Internacional de Porto
Alegre do Título de Campeão da Libertadores.


 


O que aprendi com a sabedoria popular, com os mitos, as crenças e a
torcida colorada ao longo desta vida de torcedor fanático pelo
primeiro Clube do Rio Grande do Sul a aceitar negros em seu elenco,
foi a rica história de luta do Internacional de Porto Alegre.


 


O Estádio Beira Rio, leva este nome por estar situado as margens do
Rio Guaíba, sendo conquistado fruto de uma ocupação, como outras áreas
de Porto Alegre, por exemplo na zona norte da Cidade, o Parque dos
Mayas e o bairro Rubem Berta que foram locais ocupados pelo povo para
moradia.


 


Na avenida Padre Cacique, nos fala a história, que passou a morar o
coração pulsante do Rio Grande. Um dos maiores estádios de futebol do
país foi erguido com a contribuição voluntária de trabalhadores e
trabalhadoras que levavam cimento, areia e tijolos para erguer a
construção. Os voluntários, peões e jovens se colocaram a disposição
em milhares para realizar a obra, com marcas muito particulares de um
clube que integra o povo ao mundo do futebol. O estádio Beira Rio é
dotado de um espaço absolutamente popular: a “corea”. Uma parte do
Estádio inferior ao gramado, cujos torcedores ficam na ponta dos pés
para acompanhar o jogo, pagando valores irrisórios pelos ingressos.


 


O Internacional leva este nome, diz uma antiga afirmação popular,
graças a uma homenagem a “Internacional Comunista”, mesmo que várias
diretorias do Clube neguem esta afirmação, ela consolidou-se no
imaginário de amplos setores dos trabalhadores ao longo da história.


 


O Internacional de Porto Alegre é um Clube de origem humilde e
popular. Seu mascote é o Saci Pererê e sua bandeira leva a cor
vermelha do coração, do sangue e da esperança que pulsa no corpo e na
alma do Brasil e do povo Brasileiro.


 


Gaúcho de Santa Rosa, sou colorado há 29 anos, sendo que durante sete
anos que morei na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do
Sul, aprendi muito as lições de uma torcida que parou muitas vezes a
Capital para comemorar, acreditem, a vitória em jogos que evitaram o
rebaixamento do Clube para as segundas divisões de vários campeonatos.


 


Não recordo um colorado que tenha rendido a décadas de crises e de
derrotas de um dos clubes mais populares do país. As lembranças mais
enfáticas que qualquer torcedor colorado neste país afora leva consigo
para o resto da vida é a vibração do mar vermelho de entusiasmo
levantar-se em festa e alegria pelas suas vitórias e conquistas.


 


Glória dos desportos nacionais, ó Internacional que eu vivo a esaltar,
feitos relevantes firmes a brilhar, glória onde surge o amanhã
radiante de luz, varonil. Segue tua saga de vitória, colorado da
Glória, orgulho do Brasil.


 


A terra é vermelha!
Viva o Internacional de Porto Alegre!


 



Por Vinícius Puhl
De Porto Alegre