Uruguai busca acordos comerciais com Índia e China

O governo do Uruguai, que negocia um acordo comercial bilateral com os EUA (em desacordo às regras do Mercosul), busca agora negociar acordos comerciais com China e Índia, disse o ministro da Economia do país, Danilo Astori, ao diário uruguaio El Obse

“Estamos pensando nos EUA, mas também na China”, disse Astori ao diário. “Já estamos tratando das negociações para um acordo bilateral importante com a China, quem sabe um TLC [Tratado de Livre Comércio] com esse país.”



“[Com a Índia] estamos avançando rapidamente em um tratado de proteção de investimentos, que é a ante-sala de um acordo comercial amplo”, acrescentou o ministro.



Sobre as negociações com os EUA, Astori disse que nessa semana os dois países entram “em um terreno que, tecnicamente, podemos chamar de negociação”. Nos dias 2 e 3 de outubro deve se reunir em Montevidéu a Comissão Bilateral de Comércio e Investimentos, com membros dos dois países.



Até lá, Astori disse que já deverá haver uma definição do formato do acordo. Ele destacou, no entanto, que é preciso ter cuidado principalmente nos setores de bens, serviços e compras governamentais. Sobre a questão dos direito de propriedade intelectual, Astori disse que é preciso cuidar da indústria farmacêutica local, e lembrou que o país já conta com uma lei de patentes “muito boa, porque foi feita precisamente para defender” o setor farmacêutico uruguaio.



Diversificação de mercados
 


Em maio, deste ano, o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, foi aos EUA negociar com o presidente norte-americano, George W. Bush, uma ampliação das relações comerciais entre os dois países. Ele afirmou à época que trabalha para melhorar o Mercosul, “mas que paralelamente defende a diversificação de seus mercados”.



Na 30ª Cúpula do Mercosul realizada no mês passado em Córdoba, na Argentina, o Uruguai e Paraguai deixaram claro que se esgota o tempo para atender suas demandas e garantir a permanência deles no bloco.



O Brasil não rejeita categoricamente a iniciativa do Uruguai, de buscar acordos bilaterais, desde que isso não comprometa o respeito à Tarifa Externa Comum, um dos eixos centrais do Mercosul.