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Gastos com tecnologia dobraram no país desde 1995

Basta olhar em volta: na maioria das companhias brasileiras de médio porte para cima, a presença de computadores explodiu na última década. O PC deixou de ser um equipamento restrito a poucos para se tornar uma ferramenta de trabalho básica na mesa dos tr

Basta olhar em volta: na maioria das companhias brasileiras de médio porte para cima, a presença de computadores explodiu na última década. O PC deixou de ser um equipamento restrito a poucos para se tornar uma ferramenta de trabalho básica na mesa dos trabalhadores. No entanto, essas máquinas são apenas a ponta visível do iceberg de gastos com tecnologia, que incluem toda a infra-estrutura que conecta os computadores entre si e à internet, além dos softwares e serviços que garantem o funcionamento dos sistemas.

Manter e ampliar esse parque exige cada vez mais dinheiro. A 17 ª edição da pesquisa "Administração de Recursos de Informática", elaborada pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp), mostra que a porcentagem do faturamento líquido que as companhias destinam a gastos e investimentos de tecnologia quase dobrou entre 1995 e 2005, saindo de 2,7% para 5,3% no período. Esse indicador cresce ininterruptamente desde 1988, o primeiro ano da pesquisa, quando as empresas brasileiras aplicavam 1,3% de seu faturamento em tecnologia da informação.

 

 

 

Setor de serviços

 

 

Naquela época, havia três usuários de informática para cada PC presente nas empresas. Hoje, a relação entre usuários e PCs é de 1,1. O trabalho não traz o valor absoluto dos gastos com tecnologia, mas provavelmente o volume de dinheiro destinado à área cresceu a um ritmo ainda maior, já que o faturamento líquido das companhias aumentou no período. Ampliou-se a porcentagem e também a base sobre a qual ela se refere. Estudos da consultoria Economática mostram que a receita das companhias de capital aberto mais do que dobrou nos últimos dez anos. Vale lembrar, no entanto, que trabalho da FGV analisa outra base – são 1.630 empresas privadas de médio e grande porte que atuam no Brasil.

 

 

A porcentagem do faturamento líquido empregada em gastos e investimentos em TI é maior no setor de serviços (7,6% no ano passado). Dentro desse segmento, o destaque vai para os bancos, com 11,1%. O comércio apresenta a menor proporção, com 2,4%, seguido pela indústria, com 3,4%. A pesquisa da FGV mostra ainda que os computadores pessoais foram o principal destaque do mercado brasileiro de tecnologia em 2005. As vendas de PCs chegaram a 6,2 milhões de unidades, um crescimento de 24% sobre 2004 e superior à média de crescimento anual das vendas de 18% registrada ao longo dos 17 anos em que o trabalho é feito. A base instalada de PCs no país ficou em 30 milhões no final do ano passado, um crescimento de 20%.

 

 

 

Administração federal

 

 

O aumento da base é inferior ao crescimento das vendas porque há uma porcentagem de computadores em uso que são descartados por obsolescência. Atualmente, a FGV afirma que há 32 milhões de PCs em uso no Brasil. O trabalho estima que serão vendidas cerca de 7 milhões de unidades ao longo de 2006 e que antes do final de 2009 a base de computadores pessoais será de 50 milhões de unidades. No caso do mercado de PCs, os números incluem também o uso doméstico, pois a pesquisa junto às empresas foi complementada com dados provenientes de fornecedores. Outros estudos também corroboram o bom momento do setor de TI. Com base em entrevistas com 832 empresas nacionais, a consultoria IDC calcula que o mercado nacional de tecnologia cresceu 11% em 2005, movimentando US$ 12,5 bilhões.

 

 

Os destaques são os segmentos de manufatura, finanças e governo. Em 2006, o IDC acredita que a administração federal gastará mais com tecnologia do que nos três anos anteriores. O IDC diz que o crescimento do mercado de TI no Brasil está à frente de EUA e Europa Ocidental, mas atrás de países asiáticos e do Leste Europeu. Ao contrário da FGV, que usa como base todo o orçamento da área de tecnologia das empresas, a metodologia do IDC considera apenas os gastos com software, hardware e serviços que são contratados no mercado. O salário dos funcionários do departamento de TI e os trabalhos executados internamente não são contabilizados.

 

 

As informações são do
jornal Valor Econômico