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Multinacionais financiam campanha de desestabilização, diz Morales

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou à BBC ter recebido informações de que empresas multinacionais estariam financiando uma campanha para desestabilizar seu governo. “Recebemos a informação de que companhias transnacionais estão colocando dois mi

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou à BBC ter recebido informações de que empresas multinacionais estariam financiando uma campanha para desestabilizar seu governo. "Recebemos a informação de que companhias transnacionais estão colocando dois milhões de dólares em uma campanha para boicotar meu governo", disse Morales ao programa de televisão da BBC Newsnight exibido na noite de ontem, terça-feira (4). "Estamos monitorando o problema", disse.

 
 
 
Morales, que tomou posse em janeiro como o primeiro presidente indígena da Bolívia, não chegou a dar detalhes das empresas que estariam envolvidas. A principal bandeira da campanha do líder indígena foi a de nacionalizar a riquíssima indústria energética do país, uma posição que o coloca em conflito com a maioria das empresas estrangeiras do setor que estão no país, além dos segmentos poderosos que enriqueceram com a política energética anterior.
 
 
 
 
Morales também disse na entrevista à BBC que a Assembléia Constituinte convocada para julho será um instrumento para conferir mais autonomia para as populações indígenas do país. "A Assembléia Constituinte vai ter poderes ilimitados. Quem toma as decisões, os pobres e indígenas ou as famílias que causaram tanto mal ao país no passado?"
 
 
 
 
O presidente boliviano disse ainda ter ficado "bem impressionado" com o contato com representantes do Banco Mundial, mas alertou que tanto a instituição como o FMI não deveriam tentar impor "idéias alienígenas" à Bolívia. "Se você impõe projetos que são estranhos para nós, não colaboraremos", disse ele. "Eles deveriam apoiar nossas iniciativas, as criadas pela população local".

 

 

 

Nova Bolívia

 

 
 
O governo Morales também vem semeando frutos sociais em outras frentes.  Com a colaboração da Venezuela e de Cuba, o governo iniciou no mês passado uma campanha massiva de alfabetização que procura ensinar a ler e escrever, a médio prazo, mais de um milhão de pessoas no país. Do programa nacional de alfabetização “Yo si puedo” (Eu sim posso), Cuba está colaborando com o envio de 32 assessores e de meios técnicos e materiais de ensino, e a Venezuela enviou mais 18 alfabetizadores.
 
 
 
 
Além disso, vem lutando no campo internacional pela sua histórica saída para o mar. No dia do Mar, em que a Bolívia presta homenagem aos mortos na Guerra do Pacífico (1879-1884), na qual perdeu para o Chile os seus territórios no litoral, Morales solicitou a Organização dos Estados Americanos (OEA) que convoque uma reunião extraordinária e urgente para discutir a reivindicação. "Pedimos à OEA uma reunião urgente, de emergência, extraordinária, com tema único: mar para a Bolívia", disse o governante no dia 23 de março diante de uma concentração popular na Praça dos Heróis, em La Paz.

 

 

 

 
Em visita ao Chile por ocasião da cerimônia de posse da presidente Michelle Bachelet em meados de março, Morales foi homenageado por cerca de sete mil chilenos em um ato realizado num estádio lotado. No evento, os chilenos pediram juntos pela saída para o mar para a Bolívia, emocionando o líder indígena.
 
 
 
Da Redação,
Com agências