UNE lança 5ª Bienal de Cultura na próxima sexta (11)

Tema desta edição será uma reflexão sobre as relações de troca entre o Brasil e o continente africano.

A 5ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE está a todo vapor, rumo ao Rio de Janeiro. No próximo dia 11 de agosto (Dia do Estudante e aniversário da UNE), o maior festival artístico da juventude brasileira será oficialmente lançado na cidade carioca, com uma festa no charmoso Museu da República, comemorando também os 69 anos de vida da entidade.


 


Estudantes e personalidades do meio cultural vão comparecer e prestigiar ainda o lançamento da primeira fase de reformulação do site da UNE e Ubes. A página passará, até o final do ano, por significativas mudanças. Paralelo ao lançamento da 5ª Bienal, acontecerá o Seminário do Cuca, o Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE.


 


A proposta é envolver nessa fase de preparação todos os estudantes que, direta ou indiretamente, contribuem para a formação de núcleos Cucas. Serão definidas, além da programação, a estratégia de lançamento da Bienal nos estados. Os interessados devem se programar e viabilizar a participação no encontro.


 


Brasil-África: um Rio chamado Atlântico
Nas quatro edições anteriores da Bienal (Salvador-1999, Rio de Janeiro-2001; Recife-2003 e São Paulo-2004), a UNE sempre propôs temáticas que refletissem a construção da identidade do povo brasileiro. Desta vez, o tema “Brasil-África: um Rio Chamado Atlântico” partiu da leitura do clássico “Um Rio Chamado Atlântico”, do historiador, diplomata, africanista e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Alberto da Costa e Silva.


 


“Nós temos que reconhecer o nosso passado africano e dar a ele o mesmo relevo que damos ao nosso passado europeu, americano e ameríndio”, enfatiza o africanista. Ele relembra que, em uma viagem pela África, teve a percepção que o fez escrever o livro que dá nome à Bienal.


 


“Tive a sensação visual de que eu não tinha saído do mesmo lugar. Então, me veio a idéia de que, na realidade, esse oceano não é um oceano. É um rio, que no passado se atravessava com a maior naturalidade, porque o sentido de tempo que se tinha era diferente do nosso. O Brasil era a margem de um rio e a outra margem tinha ficado lá do outro lado, na África”, reflete.


 


Cuca consolidado
Esta 5ª edição da Bienal também vai celebrar uma realização especial: a consolidação do Circuito Universitário de Cultura e Arte, o Cuca da UNE. Uma das experiências mais bem-sucedidas do movimento estudantil na última década, o Cuca é fruto da 2ª Bienal, quando foram germinadas as bases de um projeto cultural, levado adiante pelos estudantes, com uma organização horizontal e democrática, hoje presente em 10 estados do país.


 


Para o coordenador-geral do Circuito, Tiago Alves, o desafio do Cuca, por meio das Bienais, sempre foi dar relevo aos elementos que compõem a formação da identidade nacional. Tiago, que também é o coordenador da 5ª Bienal, completa: “Então, nada mais natural do que discutir a África e sua relação com a constituição da identidade do povo brasileiro. A cultura negra teve papel primordial na constituição do Brasil”, ressalta. Além disso, a Bienal será o primeiro evento dos festejos dos 70 anos da UNE, comemorados no dia 11 de agosto de 2007.


 


Formato
São várias as formas de participação na Bienal, direta ou indiretamente. Há a Mostra Universitária, que reunirá os principais artistas universitários do Brasil nas seguintes áreas: música, teatro, dança, artes plásticas, cinema e vídeo, literatura e ciência e tecnologia. Outra maneira é por meio da Mostra Convidada, em que artistas africanos e brasileiros terão destaque, junto aos artistas universitários, apresentando produções marcadas pela diversidade e ousadia.