Previdência Social pode ser privatizada na Colômbia

Trabalhadores da Colômbia têm se organizado para evitar que o governo privatize a Previdência Social de seu país. Sindicatos atestam que o presidente Álvaro Uribe – que inicia seu segundo mandato nesta segunda-feira (7/8) – já iniciou esse processo, embor

“Aqui ninguém falou nada sobre privatização. Está claro, no meu entender, que o governo preza pela manutenção do atual sistema”, afirmou Diego Palacio, ministro da Proteção Social da Colômbia.



Por outro lado, o vice-ministro da Saúde do país chegou a anunciar, na semana passada, uma reunião com todos os setores do governo, em cuja pauta estaria o futuro do Instituto de Seguros Sociais.



Yesid Camacho, presidente do Sindicato Colombiano de Trabalhadores em Saúde, diz ter elementos o bastante para acreditar que o governo tentará privatizar ao menos o setor de saúde pública no país. “O presidente foi muito claro há mais ou menos quatro meses, quando firmou o Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos. Na ocasião ele sinalizou que os hospitais da Colômbia podem ser entregues a empresas transnacionais”, disse.



No último dia 3 de agosto, Palacio convocou uma coletiva de imprensa para reforçar a idéia de que não haverá privatização no setor. Ele afirmou também que haverá “apenas uma reestruturação, atualmente sendo estudada por setores jurídicos” do Ministério, mas não adiantou quais serão as mudanças implementadas no segundo mandato de Uribe.



Chile



Na América do Sul, a experiência chilena de privatização da previdência é há anos motivo de polêmica. Em 1981, o Chile privatizou o seu sistema de seguridade social, embalado pela onda de liberalização da economia, durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1989). O modelo instituído criou um sistema de capitalização individual por meio de contas administradas por empresas privadas, fiscalizadas pelo governo.



Há economistas que defendem a aplicação do modelo chileno em toda a América Latina, mas nos últimos anos esse ponto de vista tem perdido força na região. As críticas atualmente focam-se na baixa cobertura da população – menos de 50% da força de trabalho chilena – e nos altos custos de administração cobrados pelas AFP (Administradoras de Fundo de Pensão), que ficam com cerca de 20% dos valores depositados por cada trabalhador.