Diretoria da CUT toma posse com foco nas eleições de outubro

A nova executiva nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), com mandato até 2009, foi empossada nesta quarta-feira (02/8). Com a cerimônia, realizada no Buffet Hasbaya, em São Paulo (SP), trinta e três diretores e seis conselheiros fiscais assumir

Mais de 500 pessoas estavam presentes, entre lideranças sindicais, trabalhadores, familiares e convidados. Membros de outras centrais (CGT e a CGTB) prestigiaram a solenidade, bem como autoridades políticas, a exemplo do deputado estadual Nivaldo Santana (PCdoB-SP). Integrantes da escola de samba Tom Maior se apresentaram ao fim da cerimônia, com destaque para o samba-enredo do próximo carnaval, que tem o sindicalismo como tema.


 


O pluralismo interno na entidade e as eleições de outubro foram os temais mais recorrentes nos discursos. A menos de dois meses das eleições de outubro, a maior central sindical da América Latina – com 3.489 entidades filiadas e mais de 22, 5 milhões de trabalhadores representados – reafirmou seu apoio à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva.


 


Nas eleições, a CUT estará mais uma vez ao lado do trabalhador, conforme destacou, em sua fala, o eletricitário e sociólogo Artur Henrique, novo presidente da central. “Vamos fortalecer a mobilização e a pressão pelas mudanças, colocando o povo na rua para reeleger o companheiro Lula e eleger uma expressiva bancada de governadores, senadores e deputados identificados com a construção de um novo Brasil”.


 


Diversidade
Quinto presidente da história da CUT, Artur saudou seus familiares, agradecendo à presença de mulher e esposa, além de evocar a memória do pai. Ao enfatizar o caráter democrático com que pretende dirigir a entidade, citou as parcerias entre homens e mulheres no sindicalismo, PCdoB e PT, campo e cidade. É o caso da vice-presidência da CUT, ocupada pelo metroviário Wagner Gomes, da CSC (Corrente Sindical Classista), e pela ruralista Carmem Forro, da Contag (Nacional dos Trabalhadores na Agricultura).


 


“Congratulo nosso vice, Wagner Gomes, em nome de todos os diretores e da pluralidade que marca a trajetória da CUT”, disse Artur Henrique. A outra vice, Carmem, foi especialmente saudada por Nádia Campeão, do PCdoB, que também destacou a importância das eleições paulistas. “A CUT é uma entidade nacional, mas peço atenção para a disputa eleitoral em São Paulo. É onde mora e atua a nata da direita neoliberal, do poder conservador. Precisamos reeleger Lula, mas também é preciso virar o jogo aqui”, declarou Nádia, candidata a vice-governadora de São Paulo na chapa com Aloizio Mercadante.


 


Secretário sindical do Partido dos Trabalhadores e ex-presidente da CUT, João Felício sublinhou os avanços que o governo Lula proporcionou ao sindicalismo e aos trabalhadores. “Foi com Lula que as centrais sindicais foram reconhecidas e os trabalhadores tiveram espaço para lutar democraticamente”, afirmou Felício, novo secretário de Relações Internacionais da central. Ele ainda convidou os presentes para a próxima panfletagem de apoio à reeleição de Lula, marcada para esta sexta-feira (04/8).


 


Carta de princípios
A CUT elegeu a atual diretoria executiva em seu 9º Congresso Nacional (Concut), realizado de 5 a 9 de junho, com 2,5 mil delegados sindicais de todos os estados. Para a gestão 2006/2009, os novos dirigentes devem se guiar pelos seguintes princípios:


 


1) Defender que os trabalhadores se organizem com total independência frente ao Estado e autonomia em relação aos partidos políticos, e que devem decidir livremente suas formas de organização, filiação e sustentação material;


 


2) Garantir a mais ampla democracia em todos os seus organismos e instâncias, assegurando completa liberdade de expressão aos seus filiados, desde que não firam as decisões majoritárias e soberanas tomadas pelas instâncias superiores e seja garantida a unidade de ação;


 


3) Desenvolver sua atuação de forma independente do estado, do governo e do patronato, e de forma autônoma em relação aos partidos e agrupamentos políticos, aos credos e às instituições religiosas e a quaisquer organismos de caráter programático ou institucional;


 


4) Considera que a classe trabalhadora tem na unidade um dos pilares básicos que sustentarão suas lutas e suas conquistas. Defende que esta unidade seja fruto da vontade e da consciência política dos trabalhadores da cidade e do campo;


 


5) Solidariedade com todos os movimentos da classe trabalhadora, em qualquer parte do mundo, desde que os objetivos e princípios desses movimentos não firam os princípios da CUT. Defenderá a unidade de ação e manterá relações com o movimento sindical internacional, desde que seja assegurada a liberdade e autonomia de cada organização.


 



Por André Cintra, da Redação,
com Portal do Mundo do Trabalho