Jamil volta a defender fim das agressões e retirada de embaixador

Jamil está participando, desde o início dos conflitos, das gestões da comunidade libanesa junto ao Itamaraty.


Nesta quarta-feira, o deputado federal Jamil Murad (PCdoB-SP), secretário geral da Liga Parlamentar Árabe-Brasileira  exigiu ,em pronunciamento na tribuna da Câmara, que Israel cesse imediatamente as agressões ao povo libanês, e que o governo brasileiro retire seu embaixador em Tel Aviv, como forma de protesto contra o massacre perpetrado contra os povos libanês e palestino.


 


 


Jamil está participando, desde o início dos conflitos, das gestões da comunidade libanesa junto ao Itamaraty.


 


 


Nesta quinta-feira, Jamil e um grupo de parlamentares visitou o embaixador do Líbano no Brasil para manifestar a solidariedade do povo brasileiro no momento em que Israel amplia as agressões a este país.


 


Leia abaixo a íntegra do pronunciamento:


 


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Israel lançou a maior ofensiva no Líbano desde o início dos bombardeios. Apesar dos protestos pelo mundo afora, aumentou a ofensiva militar contra o Líbano. Invadem hospitais, matam crianças e promovem uma enorme selvageria, mas dizem que lutam contra o Helzbollah. A matança é generalizada, mas tentam enganar o mundo com essa explicação.


            É uma vergonha, que o Conselho de Segurança da ONU seja impedido de votar o cessar-fogo pelos Estados Unidos, que além disso estimula a continuação desta agressão covarde. Conclamamos homens, mulheres e organizações para que falem bem alto:


Israel, pare a guerra, pare a agressão, pare a carnificina!


            Israel está massacrando a população civil, atacando inclusive locais lotados de crianças, assassinando também sete brasileiros e afirma estar combatendo o Hezbollah. Mentira.        Estamos indignados e repudiamos essa carnificina. Estados Unidos e Israel devem parar com esse crime contra a humanidade. Para justificar o massacre, Israel afirma ter de salvar 2 soldados israelenses seqüestrados.


            Pergunto: Israel, com essa tempestade de bombas, não pode matar os 2 soldados seqüestrados? O argumento apresentado por Israel é falso. Na verdade, aquele país está ocupando o Líbano. Seu objetivo real é hostilizar, agredir, matar populações inteiras, ocupar território alheio e anexá-lo. Trata-se de política permanente do Estado de Israel. Mudam-se governos, mas sua política expansionista não muda.


É lamentável ver a maioria da população israelense hipnotizada pela falsa tese de que é preciso massacrar vizinhos para haver paz e segurança, mesmo que isso seja desmentido a cada dia.


Há honrosas exceções. O ex-Presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, em artigo publicado no Correio Braziliense, afirma que não haverá estabilidade enquanto Israel violar resoluções da ONU e o mapa da paz, ocupando terras árabes e oprimindo os palestinos. Afirma ainda que Israel deve voltar às fronteiras anteriores a 1967.


            O professor da Universidade de Tel Aviv, filho de judeus, Shlomo Sand, em artigo publicado no Le Monde, afirma que nos últimos 40 anos todos os governos israelenses, de direita e de esquerda, autorizaram e encorajaram o processo de colonização, que sempre “morde” — entre aspas — pedaço dos territórios palestinos.


            Exijamos o cessar-fogo, retiremos o embaixador brasileiro de Israel em sinal de protesto.


O Governo brasileiro tem dado proteção aos brasileiros que querem voltar para o País, tem feito gestões junto à ONU e aos governos americano e israelense, mas temos de aumentar a nossa pressão para por fim a esse massacre.


O povo libanês, o povo brasileiro, os povos do mundo inteiro que amam a paz e não querem a guerra solicitam a todos os partidos e a todas as organizações e lideranças que se manifestem pelo cessar-fogo, pelo respeito à população do Líbano, pela paz, contra a guerra.


            Muito obrigado.