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Jogado aos leões, Okamotto diz que Paulo de Tarso mistura “opiniões, visões e fatos''

O presidente do Serviço Nacional de Apoio à Micro e Pequena Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, desmentiu hoje (4/4) as denúncias feitas por Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário de Finanças das prefeituras de Campinas e São José dos Campos. Okamotto e V

Na acareação realizada nesta terça-feira (4) pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, o ex-secretário municipal de Campinas e de São José dos Campos durante gestões do PT, Paulo de Tarso Venceslau, acusou o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, de ter praticado, há 13 anos, tráfico de influência junto às administrações do PT.

 

“Tais acusações são mentirosas”, reagiu Paulo Okamotto, ao negar a existência de qualquer tipo de lista de supostos fornecedores.

 

Paulo de Tarso afirma que, durante as gestões petistas nas duas cidades do interior paulista, Okamotto recolhia doações ilegais de campanha eleitoral – o chamado caixa 2 – junto a empresas que prestavam serviços às prefeituras.

 

Segundo Okamotto, a acusação não tem fundamento e Paulo de Tarso não apresenta nenhuma prova. O presidente do Sebrae considera que o ex-secretário "mistura opiniões, visões e fatos" para tentar comprovar sua tese.

 

Okamotto teve que se defender não só das aleivosias de Paulo de Tarso como também dos ataques dos senadores oposicionistas que tentaram o tempo todo transformar a acareação numa sessão de ofensas e acusações contra o governo federal e o presidente Lula, de quem Okamotto é amigo.

 

Quebra de sigilo

 

Os senadores de oposição pressionaram o presidente do Sebrae para que ele permitisse a quebra de seu sigilo bancário e telefônico. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que vai solicitar que a CPI faça uma votação de um novo pedido de quebra de sigilo de Okamotto.

 

Os parlamentares querem saber sobre a dívida de R$ 29,4 mil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Partido dos Trabalhadores, que foi paga por Okamotto. Os parlamentares também perguntam sobre o pagamento de uma dívida de uma das filhas do presidente Lula.

 

A quebra dos sigilos de Okamotto foi negada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) porque, no entendimento do então presidente do tribunal, Nelson Jobim, o acesso da CPI aos dados "fundamenta-se em notícias veiculadas em matérias jornalísticas, sem sequer indicar um fato concreto que delimite o período de abrangência dessa medida extraordinária".

 

Questionado sobre a dívida de Lula, Okamotto limitou-se respondeu que já havia falado sobre esse assunto ano passado, quando prestou depoimento à CPI. "Me reservo ao direito de fazer a acareação nos termos do STF. Já tratei sobre esse assunto longamente", disse o presidente do Sebrae. O STF garantiu a Okamotto o direito de responder apenas a perguntas que esclareçam pontos de divergência de declarações dadas anteriormente por ele e pelo ex-militante do PT, Paulo de Tarso Venceslau, que participa da acareação.

 

Okamotto disse saber dos seus direitos individuais garantidos na Constituição e que os seus sigilos só podem ser quebrados em caso de graves acusações. Ele criticou também o fato de seus sigilos fiscal e telefônico terem sidos publicados pela imprensa. "Eu me considero o cidadão que tem a maior devassa do ponto de vista das informações", afirmou. "Se tiver acusação grave sobre as minhas atividades, estou disposto sim [a abrir o sigilo]", completou.