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PT entrega relatório paralelo e defende votação

O PT apresentou ao relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), na tarde desta terça-feira (4), um relatório paralelo ao da comissão. O documento tem o objetivo de “eliminar as omissões e corrigir os equívocos do texto apresentado”, s

O PT apresentou ao relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), na tarde desta terça-feira (4), um relatório paralelo ao da comissão. O documento, com tem três volumes, tão extenso quanto o oficial – com cerca de duas mil páginas – tem o objetivo de eliminar as omissões e corrigir os equívocos do texto apresentado, segundo opinião dos petistas.

O relatório paralelo retira as acusações contra os ex-ministros Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação de Governo) e José Dirceu (Casa Civil). A proposta do PT sugere que o Ministério Público investigue a ação de ambos, enquanto o relatório apresentado por Serraglio, na semana passada, pedia o indiciamento deles por corrupção ativa.

O substitutivo da bancada petista inclui o nome do empresário Daniel Dantas, controlador do grupo Opportunity, que administrava recursos da Brasil Telecom e da Telemig, eu foi poupado por Serraglio em seu relatório. Dantas é suspeito de ter direcionado dinheiro das empresas de telefonia para as contas do publicitário Marcos Valério de Souza.

Para o deputado Maurício Rands (PT-PE), a intenção do partido é contribuir para tornar o parecer final da CPMI mais equilibrado e garantir sua votação.

Segundo Rands, as investigações ao longo de toda a CPMI reforçaram que não há elementos para vincular participação ou omissão do presidente Lula nas negociações. "E isso já foi reconhecido no relatório do Serraglio", disse. Para ele, as tentativas da oposição de desqualificar o relatório de Serraglio são improdutivas. "Há setores da oposição que querem esticar a corda para inviabilizar a votação de um relatório e jogar a culpa da inexistência desse texto no governo e no PT. Mas o PT quer um relatório da comissão", afirmou.

Avaliação petista

Os petistas avaliam que o relatório de Osmar Serraglio "é contraditório e incoerente" na análise do chamado "valerioduto", por não deixar claro que a origem do esquema ocorreu na campanha do atual senador Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais. O relator dispensou um "tratamento parcial, contraditório e incoerente aos empréstimos tomados em 1997 para financiar a campanha ao governo do PSDB em Minas Gerais e os empréstimos para o PT em 2002 e 2003", diz nota oficial do PT sobre o relatório de Serraglio.

Para os parlamentares petistas "merece ressalvas" a parte relativa aos indiciamentos sugeridos pelo relator Osmar Serraglio. "É inadmissível que o caixa dois do senador Eduardo Azeredo tenha um tratamento mais brando e diverso da gradação com que se procura afetar os mesmos procedimentos recentemente investigados", diz o texto.

Votos em separado

O deputado Osmar Serraglio vai analisar as sugestões para mudanças em seu texto. Além do PT, o PP, a senadora Heloísa Helena (Psol-AL), o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e o deputado Carlos Willian (PTC-MG) entregaram ao relator voto em separado.

O sub-relator de Contratos, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), acredita que o relator ainda possa apresentar um texto único, incorporando parte das mudanças sugeridas.

Serraglio vai apresentar parecer sobre todos os votos em separado na reunião desta terça-feira à tarde. A expectativa é que haja apenas a discussão sobre as mudanças propostas e a votação seja transferida para outro dia.