Bush e Blair insistem em envio de força militar para o Líbano

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, voltaram a insistir nesta sexta-feira (28/7) no envio de uma força militar multinacional para o Líbano. Após reunião na Casa Branca, os dois líderes conc

Bush revelou também que a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, voltará à região neste sábado, para se reunir novamente com líderes israelenses e libaneses. Bush e Blair, que disseram aguardar a aprovação da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o assunto para a próxima semana, dizem que qualquer solução do conflito “deve garantir uma estabilidade duradoura” na região. Por isso alegaram não defender um “cessar-fogo” imediato.


 


“Luz verde”


 


A “indecisão” dos dois maiores aliados de Israel em exigir um cessar-fogo fez com que o ministro da Justiça de Israel, Haim Ramon, declarasse à mídia que a falta de atitude dos dois líderes fosse interpretada com uma “luz verde” para a continuidade dos ataques contra a população libanesa. “Recebemos na quinta-feira uma permissão do mundo para continuar a operação”, contou Ramon aos repórteres.


 


A visita de Blair coincide com a divulgação de uma declaração assinada por políticos, diplomatas, acadêmicos e jornalistas exigindo que Blair declare a Bush que os britânicos “não podem mais apoiar a posição dos EUA diante da catástrofe humanitária que se desenrola no Oriente Médio”. Essa declaração, publicada na primeira página do jornal britânico The Independent de sexta-feira, pede ao primeiro-ministro que “se esforce junto a Israel para acaber com essa desproporcional e contra-produtiva resposta à agressão do Hezbolá”.


“Cão guia”


Depois de visitar Washington, Blair voará até a Califórnia, onde fará uma conferência com o magnata da mída Rupert Murdoch. Um amigo de Murdoch, Irwin Seltzer, disse sarcasticamente que Blair não é o “poodle” de Bush, mas sim seu “cão guia”, particularmente nos assuntos do Oriente Médio.


 


Por seu lado, Blair anunciou que se realizará segunda-feira nas Nações Unidas, em Nova Iorque, uma reunião para “debater” a força internacional para o Líbano, proposta pela Conferência de Roma realizada na última quarta-feira.


 


Sobre a força multinacional no Líbano, o primeiro-ministro britânico afirmou que é necessária para impor uma eventual resolução da ONU destinada a pôr fim à crise na região.