Israel faz 130 ataques contra o Líbano após aval dos EUA

Horas depois de os Estados Unidos terem impedido que o Conselho de Segurança da ONU condenasse os ataques de Israel contra um posto das Nações Unidas no Líbano, que matou quatro observadores da organização — fazendo vista grossa à violência israelense

O principal objetivo da agressão de hoje foi a cidade de Tiro, suposta base da Resistência Islâmica e, de acordo com a mídia israelense “de onde parte a maioria dos foguetes Katiucha” em direção a Haifa, no norte de Israel.


 


O governo do Líbano não fez comentários sobre os ataques desta sexta-feira. O lançamento de foguetes por parte do Hezbolá, na madrugada desta sexta-feira, contra a Galiléia e diferentes pontos do norte de Israel não fez vítimas e evidenciou que a alegação israelense do ataque a “lançadores de foguetes” em Tiro fazia parte da propaganda sionista, já que a Resistência Islâmica evita bases fixas para disparar os foguetes.


 


A atual agressão de Israel contra o Líbano foi iniciada no último dia 12, quando Israel alegou lançar uma operação para resgatar dois soldados de seu exército que foram feitos prisioneiros pela guerrilha libanesa. O objetivo da agressão é destruir completamente a infra-estrutura do Líbano e abrir caminho a uma provável agressão contra Irã ou Síria.


 


Desde então, os israelenses já assassinaram mais de 500 pessoas no país árabe. Mais de 400 mortos são civis, além de 20 soldados libaneses. Pelo lado de Israel, 19 civis teriam sido mortos nos contra-ataques da guerrilha, que também matou 31 militares. Entre os mortos no Líbano, há sete cidadãos brasileiros — três deles crianças. Organizações humanitárias, como a Cruz Vermelha, afirmam que mais de 40% dos mortos são crianças. Veículos e ambulâncias dessas organizações também são alvo de bombas israelensas.


 


Neste fim de semana, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, deve voltar à região para discutir possíveis pactos de cessar-fogo. Após visita feita no início desta semana –que rendeu encontros com autoridades israelenses, libanesas e palestinas–, a secretária sugeriu uma cúpula internacional para buscar soluções. Fracassado, o encontro terminou apenas com proposta dos 15 países participantes de “trabalhar imediatamente para um cessar-fogo”.


 


ONU retira observadores


 


A missão de paz da Organização das Nações Unidas no sul do Líbano retirou 50 observadores desarmados de dois postos de observação ao longo da fronteira com Israel, informou a ONU.


 


O comunicado da ONU não explicou quantos observadores seriam afetados pela mudança, que deixou quatro das numerosas bases de patrulha da ONU desocupadas. Cinco dias antes, observadores da ONU foram retirados de uma base em Marun Al Ras após um soldado da força de paz ficar seriamente ferido em um suposto ataque do Hezbolá — que a mídia libanesa atribuiu a Israel. Na terça-feira, uma segunda base foi destruída por um ataque aéreo de Israel, matando os quatro observadores que trabalhavam no local.


 


Os quatro faziam parte da Organização de Supervisão de Trégua da ONU, uma unidade com 155 observadores sob comando da Força Interina da ONU no Líbano, conhecida como Unifil, que conta com cerca de 1.990 tropas na área.


 


“Todas as posições da Unifil na área de operação estão permanentemente ocupadas e mantidas pelas tropas”, informou a Unifil em um comunicado divulgado em Naqoura, Líbano, e Nova York.