PC Português se opõe ao envio de militares portugueses para o Líbano

O Partido Comunista Português vai opor-se frontalmente ao envio de militares portugueses para o Líbano, integrados numa força internacional, hipótese que o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, já admitiu.

O PCP “opõe-se ao envio de uma força militar internacional para território libanês” e vai “opor-se frontalmente à participação de Portugal nessa força de ocupação”, afirmou Ângelo Alves, membro da comissão política do PCP, em uma coletiva de imprensa realizada na última terça-feira (25/7) na sede nacional do partido, em Lisboa.


Há uma semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, admitiu como uma possibilidade a participação de Portugal numa eventual missão da ONU para o sul do Líbano. Os comunistas criticaram a posição do governo de Portugal, ainda mais tendo em conta que há cidadãos portugueses no Líbano “a serem empurrados para a condição de refugiados de guerra, vítimas dos ataques israelenses”.


Ângelo Alves acusa o Executivo socialista de José Sócrates de se ter limitado “a apelar à 'condenação', alinhando com o discurso oficial da Casa Branca”, ao mesmo tempo que se faz tudo para participar de uma força de reocupação do Líbano.


Para os comunistas, a posição do Governo português nesta crise — uma “criminosa onda de violência armada” de Israel contra o Líbano — “é contrária aos princípios enunciados na Constituição Portuguesa”, no capítulo das relações internacionais.


O artigo 7º da Constituição estabelece que Portugal rege-se pelos “princípios da independência nacional, do respeito dos direitos do homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados”.


“O PCP exige do Governo português uma inversão da sua política de total alinhamento com os interesses imperialistas e uma enérgica posição de condenação das atrocidades israelitas e de solidariedade para com os povos vítimas da agressão e da ocupação”, acrescentou Ângelo Alves.