Israel mata quatro observadores da ONU no Líbano

Uma posição de observadores das Nações Unidas em Khiam, no setor oriental da fronteira no sul do Líbano, foi bombardeada terça-feira (25/7) à noite pela aviação israelense na noite desta terça-feira, informou a polícia libanesa. O bombardeio matou quat

O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, declarou-se “chocado” com o bombardeio israelense, que “visou aparentemente de forma deliberada” uma posição da ONU no sul do Líbano. Israel manifestou repúdio ao que chamou de “insinuações” do secretário-geral da Organização, alegando que não bombardeou de forma deliberada a posição.


A presidência da União Européia (UE) manifestou-se hoje (26/7) “chocada” com a morte de quatro observadores das Nações Unidas durante o bombardeio, sustentando que “ataques contra pessoal da ONU são inaceitáveis”.


Numa declaração divulgada no início da tarde em Bruxelas, a atual presidência finlandesa da UE pede pela abertura imediata de um inquérito exaustivo sobre o sucedido e exprime condolências às famílias dos observadores, sublinhando que estes “trabalhavam pela causa da paz”.


Israel ignorou pedidos


Os membros das forças de paz da ONU no sul do Líbano fizeram contato com as autoridades israelenses por dez vezes antes de um míssil ar-terra, do tipo AGM-65 Maverick, disparado por um caça matar quatro observadores da organização. O posto de observação foi atingido após seis horas de bombardeios próximos, segundo diplomatas ligados às investigações iniciais sobre as mortes.


A informação foi divulgada durante a reunião ministerial em Roma, que procurava estabelecer uma força internacional para ser estabelecida no sul do Líbano. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu um cessar-fogo, enquanto a agressão israelense continua.


Alvo de artilharia


A atual força de paz da ONU no Líbano, conhecida pela sigla Unifil, está na região da fronteira desde 1978 e tem cerca de 2.000 homens. O correspondente da emissora britânica BBC em Nova York, Daniel Lak, disse que os observadores haviam buscado proteção em um abrigo sob o posto de observação, porque já tinham sido alvo de 14 ataques de artilharia israelense contra sua posição, levando o general francês que comanda a Unifil a ligar ao comando militar israelense pedindo a interrupção dos ataques.


O pedido foi solenemente ignorado e a posição continuou recebendo projéteis. O abrigo anti-aéreo acabou sendo atingido e quatro observadores desarmados, da Áustria, Canadá, China e Finlândia foram mortos. Uma equipe de resgate da ONU também se tornou alvo de disparos ao fazer buscas nos escombros por sobreviventes.