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Greve geral resiste à repressão golpista em Honduras

A greve geral em Honduras contra o golpe deste domingo (28) entrou nesta terça-feira em seu segundo dia consecutivo, em meio à repressão militar e ao isolamento internacional da nação. A greve é sustentada pelas três centrais sindicais hondurenhas, junto

Segundo a agência cubana Prensa Latina, o protesto ocorre em um clima de tensão, depois de violenta repressão militar. Na segunda-feira uma manifestação popular em defesa das instituições democráticas foi dispersada em Tegucigalpa , a capital hondurenha, com 1,2 milhão de habitantes.

Povo incendeia ônibus de 'Pinocheletti'

Ao discursar perante a Assembléia Geral da ONU em Nova York, diante das representações dos 192 países-membros – que apoiaram uma moção de repúdio ao golpe, Zelaya referiu-se aos protestos em seu país. Disse que ''há uma greve geral em marcha para exigir o retorno da ordem institucional''

A Frente de Resistência Popular, que agrupa as organizações participantes no protesto em defesa de Zelaya, assumiu a convocação da greve para derrotar o golpe. Ela exige a imediata devolução do mandato do presidente constitucional, e diz que continuará lutando até a plena restauração da legalidade institucional em Honduras.

Líderes populares relataram que houve confrontos também em outras cidades nas Honduras. Fontes sindicais  indicam que na cidade de Progreso, perto de San Pedro Sula, manifestantes incendiaram seis ônibus empresa Transul, de propriedade do presidente fantoche dos golpistas, Roberto Micheletti – logo apelidado de Pinocheletti, em alusão ao ditador chinelo Augusto Pinochet.

Em Tegucigalpa continuam os enfrentamentos. A resistência popular ergue barricadas nas ruas, para dificultar os deslocamentos dos blindados do exército. A tropa é formada por jovens de extração popular, usando equipamento de guerra mas visivelmente amedrontados.

Uma manifestação pró-golpe

Entretanto, o enviado especial do portal gritânico BBC  informou que simpatizantes do golpe promoveram também a sua manifestação nesta terça-feira, no Parque Central de Tegucigalpa. Segundo o enviado, eram ''centenas de pessoas'' e justificaram o golpe, sem chamá-lo por este nome, alegando que não querem ser ''títeres de Hugo Chávez''.

Zelaya foi sequestrado e expulso do país pelos militares na madrugada de domingo. Horas depois, foi destituído pela maioria conservadora no Congresso, com base em uma carta de renùncia falsificada, e substituído por Micheletti, presidente do órgão legislativo.

O presidente eleito pelo voto popular em 2005 anunciou que na quinta-feira retornará a Tegucigalpa, a partir dos Estados Unidos, onde participou de uma sessão da Assembleia Geral da onu, em Nova York, e outra da OEA, em Washington. Ele viajará acompanhado pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e pelos secretários-gerais da Assembléia da ONU e da OEA, expressando o repúdio unânime ao golpe.

O governo de fato de Micheletti ameaçou prender Zelaya caso ele pise em solo hondurenho. Os veículos de comunicação defensores da legalidade foram invadidos e silenciados pelos golpistas. A situação é de forte tensão, com um desfecho imprevisível.

Veja vídeo de soldados a mando do golpe em Honduras 

Da redação, com agências