Chile desvenda destino de 22 dissidentes de Pinochet

Ao menos 22 dissidentes que desapareceram na ditadura de Augusto Pinochet foram mortos em uma comunidade secreta alemã e tiveram seus corpos queimados, segundo a edição deste domingo (23/7) do jornal chileno “La Nación”. Os assassinatos ocorreram durante

A descoberta faz parte de investigação que busca os responsáveis por colônias usadas na ditadura para detenção e tortura. A reportagem detalha os métodos utilizados pelos militares chilenos para impor o governo de Pinochet no país.



De acordo com o relato de Gerhard Mücke, um dos assassinos dos 22 dissidentes, todos foram enterrados em grandes valas. Temerosos, cinco anos depois militares exigiram que os corpos desaparecessem: todos eles foram queimados e suas cinzas jogadas em rios.



Prática comum



A ditadura militar chilena durou 17 anos, de 11 de setembro de 1973 a 1990. Oficialmente, deixou um saldo de 3.197 mortos, dos quais 1.192 teriam sido presos desaparecidos. Os dados são do Relatório Rettig, divulgado em 1991 pela Comissão de Verdade, Justiça e Reconciliação.



Após a ditadura, várias comissões não oficiais foram criadas para apurar os crimes cometidos durante o regime militar no Chile. Mas, devido à repercussão e à importância do Relatório Rettig, líderes políticos lançaram a idéia de criar uma segunda comissão oficial para completar o trabalho da primeira, desta vez com o objetivo de identificar o paradeiro dos corpos dos presos políticos.



A comissão concluiu que as torturas durante a ditadura do general Augusto Pinochet foram uma prática sistemática que envolveu todos os ramos das Forças Armadas. As torturas foram aplicadas pelos agentes do regime a cerca de 30 mil presos políticos, segundo relatório divulgado em setembro de 2004.