Fidel: “Mercosul social moverá o mundo”

Em sua quarta visita à Argentina, o presidente cubano, Fidel Castro, atraiu milhares de pessoas num ato que reuniu populares, militantes e estudantes.

Fidel fez seu discurso em um parque da cidade de Córdoba, onde chegou na quinta-feira (20/7) para participar da cúpula de presidentes do Mercosul e para assinar um acordo comercial com o bloco, que foi ampliado recentemente com a adesão da Venezuela.


No discurso, Fidel elogiou o novo perfil político do Mercosul, num momento em que os presidentes da região adotam um discurso à esquerda. “Mercosul social, não se esqueçam destas palavras. O que significa e o que se pode fazer. Elas vão mover este continente, e ao mover este continente vão mover o mundo”, declarou o líder da revolução cubana de 1959.


Às vésperas de completar 80 anos, quando são comuns rumores sobre seu estado de saúde, Castro demonstrou novamente sua capacidade oratória e falou sobre vários episódios dos tempos da Guerra Fria, denunciando sempre o imperialismo dos Estados Unidos.


Romina Varas, uma estudante de história de 22 anos, disse que “é a primeira vez que isso está acontecendo depois das ditaduras e dos governos neoliberais. É a primeira vez que é exigida uma independência real a partir da base, do povo”.


Fidel movimentou o evento em Córdoba desde que chegou à cidade. “Ele é uma lenda viva e pode ser que não tenhamos outra oportunidade de vê-lo”, disse Romina. Fidel encerrou o ato ao ar livre onde havia um cenário com uma gigantesca bandeira onde se lia: “A integração é nossa bandeira antiimperialista”.


O presidente cubano disse que Cuba aprovou a compra de cerca de 300 milhões de dólares em produtos de países do Mercosul. Fidel, companheiro do revolucionário Ernesto “Che” Guevara, nascido na Argentina e naturalizado cubano, já havia visitado a Argentina em 1959, em 1985, para uma cúpula sul-americana, e em 2003, para a posse do atual presidente Néstor Kirchner.