Israel mata brasileiro de oito anos no Líbano

Atualizada às 18h


Um menino de oito anos é o quinto cidadão brasileiro a morrer no Líbano em decorrência da agressão israelense contra o país, informou nesta terça-feira o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. A mãe e o irmão do menino

O governo brasileiro, que lamentou a morte, voltou a criticar a agressão israelense.  'O Brasil reitera sua condenação à represália militar desproporcional do Governo de Israel, que tem levado à perda de vidas inocentes e a pesados danos na infra-estrutura libanesa, com consequências de longo prazo para a população civil', disse o ministério em nota.


 


Na semana passada, quatro brasileiros da mesma família — entre eles, duas crianças — foram mortos na cidade de Srifa, vítimas das ações militares israelenses.


 


Líbano condena loucura


 


O primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora, disse que Israel 'abriu os portões do inferno e da loucura' no seu país. Em uma entrevista à emissora britânica BBC, ao mesmo tempo que condenou a prisão de dois soldados israelenses pelo Hezbolá, disse que a agressão de Israel provocou um apoio cada vez maior ao grupo xiita.


 


A ONU está evacuando todo o seu pessoal não-essencial. Dezenas de milhares de pessoas estão deixando Líbano por mar ou terra. O exército agressor disse que matou 11 soldados libaneses nesta terça-feira, mas os libaneses contam que foram mortos 7 civis. Contra-ataque do Hezbolá teria matado um israelense em Nahariya.


 


230 a 25


 


Cerca de 230 libaneses foram assassinados pelas tropas agressoras israelenses desde que dois soldados hebraicos foram aprisionados pela Resistência Islãmica, o grupo armado do Hezbolá, há uma semana. Mais de 90% dos assassinados são civis — 30 soldados foram mortos. Há na lista de civis mortos pelo menos 5 brasileiros que tinham cidadania libanesa. Do outro lado, vinte e cinco israelenses morreram — 13 civis e 12 militares.


 


Aproveitando-se do pretexto de tentar resgatar os soldados aprisionados, o governo israelense continua exigindo o desarmamento do grupo que expulsou as forças de ocupação sionistas do Líbano há cerca de seis anos.


 


Caminho aberto


 


Em fevereiro de 2005 o assassinato do ex-primeiro ministro Rafik Hariri, não elucidado até hoje e atribuído a forças pró-Síria, abriu caminho para que Estados Unidos, União Européia e Israel fizessem pressão internacional pela retirada das tropas sírias que ocupavam o Líbano desde o fim da guerra civil, em 1989.


 


O assassinato de Hariri foi 'investigado' por uma comissão internacional desginada pela ONU, mas que foi desfeita a esquecida após denúncias de fraude e de suborno a testemunhas.


 


Apoio a Nasrallah


 


Rebatendo as alegações israelenses, o presidente do Líbano, Emile Lahoud, disse que o seu governo não vai tomar medidas contra o líder do Hezbolá, Hassan Nasrallah. Falando no oeste do Líbano, durante uma visita a pessoas que tiveram que fugir de suas casas por causa dos bombardeios de Israel, Lahoud disse que apoiava o líder do Hezbolá.


 


'O Líbano não vai remover al-Sayyid Nasrallah. Ele, a resistência e o exército libanês conquistaram a liberação do Líbano. Não vamos nos esquecer disso. Isso está escrito nos livros da história, não importa o que Israel faça', disse Lahoud.


 


O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, fez, nesta terça-feira, um novo apelo por ação urgente da comunidade internacional para por um fim à violência no Oriente Médio, evitando porém colocar Israel como o principal e verdadeiro agressor e causador de toda a violência.