Para Tarso, oposição pode radicalizar campanha

O ministro classificou de “gritantemente absurda” e “profundamente asquerosa” as insinuações dos adversários ligando o PT ao crime. Tarso Genro considerou a manifestação do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, como uma incursão da direita “mais

O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, disse nesta sexta-feira estar preocupado com uma possível estratégia da oposição para radicalizar o processo eleitoral, ao comentar insinuação do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, de que haveria ligação entre a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e o PT.

A “denúncia” do pefelista é tão “gritantemente absurda e tão profundamente asquerosa” que não preocupa, observou o ministro. “O que me preocupa é se isso é uma estratégia da oposição, ou seja, se alguns ensinam a fazer renda e outros ensinam a namorar”, complementou.

“Se tem uma divisão de trabalho que possa ser, em última análise, um acordo interno da oposição para deturpar, radicalizar e deslegitimar o processo eleitoral”, resumiu o ministro.

Bornhausen faz parte da coordenação de campanha do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin. Dizendo acreditar que a posição de Bornhausen não representa a visão da totalidade da oposição, Tarso concentrou suas críticas no senador.

Considerou a manifestação como uma incursão da direita “mais arrojada, mais ofensiva, mais reacionária” sobre o processo eleitoral. “Espero que ele (Bornhausen) não represente a oposição”, declarou. “Que seja apenas uma espécie de lamúria saudosista do direitismo que ele representou na época do regime militar”, acrescentou.

Segurança

Apesar do agravamento da crise de segurança em São Paulo, o ministro descartou a possibilidade de intervenção federal no Estado. “Seria um desrespeito ao povo paulista, que elegeu um governador, o senhor Alckmin, e um vice-governador, o senhor Lembo, e que esta crise não esgotou a sua legitimidade”, avaliou.

O ministro disse que o governo federal tem uma boa relação com Lembo e irá oferecer apoio, lembrando que o ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, teve uma reunião esta tarde com o governador.

Ao avaliar as lições da crise em São Paulo, Tarso criticou a política de segurança pública. Para ele, o episódio demonstra “que não temos uma política de segurança pública, e não estou falando de São Paulo, adequada à situação que o País vive”.

Questionado sobre a posição do governo no projeto de lei 79/2004, que regulamenta a profissão de jornalista, o ministro disse que o projeto ainda não foi examinado nem pela Casa Civil nem por sua pasta.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) pediu veto parcial do governo ao projeto nos artigos que restringem aos jornalistas funções exercidas atualmente por outros profissionais.

Tarso também comentou a relação com o PMDB em um possível segundo mandato de Lula. Ressaltando que falava de forma conceitual, o ministro declarou que atualmente o Planalto tem relação “positiva” com a ala governista do PMDB, situação que espera modificar no futuro para abranger todo o partido. “O governo vai montar seu ministério através da relação com a instituição partido”.

O ministro participou de um encontro fechado à imprensa na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul).



Fonte: Ag. Estado