Ato final: Balé Nacional do México dança seu canto do cisne

Companhia com 58 anos de existência se despede dos palcos nesta quinta-feira (13/07), com o espetáculo ''Bravo por la danza, Bravo!''.

A diretora e fundadora do Ballet Nacional do México, Guillermina Bravo, anunciou nesta semana o fechamento da companhia, que já completou 58 anos de existência, e a integração de um novo grupo, a cargo da coreógrafa Bárbara Alvarado.


 


Guillermina Bravo, nascida em 1920 em Chacaltianguis, Veracruz, disse que continuará à frente do Centro Nacional de Dança Contemporânea, na cidade de Querétaro, ao norte da capital. Entretanto, declarou que passou ''o cargo de diretora artística'' a sua jovem colega Bárbara Alvarado.


 


Anunciou também que o mexicano Jaime Blanc, bailarino e coreógrafo do Ballet Nacional por mais de 30 anos, ''tomará um novo caminho e formará seu próprio grupo de trabalho''.


 


''O Ballet Nacional do México concluiu um ciclo e cada um de nós vai seguir por um outro caminho, tratar de montar melhores companhias, quato a mim, me dêem por morta, sou uma artista do século XX, tenho um lugar na cultura mexicana, e isso já está registrado'', argumentou Guilhermina, que já recebeu inúmeros reconhecimentos oficiais e institucionais, com destaque para o Premio Nacional de las Artes em 1979.


 


''A despedida será definitiva com uma apresentação que fará o Ballet na quinta-feira, 13 de julho, no Palácio de Bellas Artes, com o espetáculo – Bravo por la danza, Bravo!'', informou Guillermina Bravo.


 


O Ballet Nacional do México sempre primou por exibir em seu repertório uma ampla gama de arquétipos universais e heróis nacionais, lendas populares e mitos do passado e da atualidade, o que sempre lhe valeu o aplauso da crítica mexicana. Além disso, a companhia atuou como pedra angular no processo de profissionalização da dança contemporânea no México.


 


''O Ballet Nacional, nestes 58 anos, sempre foi um ente vivo que se transforma e que tem tido sempre a ousadia não só de abrir, mas também de fechar ciclos. Hoje, concluimos uma etapa para apostar, com a mesma tensão que lhe deu origem no século 20, no lançamento de uma nova companhia que represente o século 21'', diz Guilhermina Bravo.


 


Segundo ela, o grupo é de ''jovens licenciados, com apenas sete anos de formação profissional, que investigam os temas deste século, assim como a experimentação estética que corresponde a cada obra''. A noca companhia, diz Guilhermina, é ''herdeira da tradição e da experiência do Ballet Nacional do México'', abrindo ''um ciclo no novo século com um alto nível pedagógico, coreográfico e interpretativo''.