Cinema argentino quer aumentar parcerias com outros países

A produção argentina se estabilizou em cerca de 75 filmes anuais. Agora, está buscando criar semanas do cinema argentino em diversos países, em parceria com circuitos alternativos que hospedem essas programações.

O Instituto de Cinema Argentino (Incaa) procura aumentar a colaboração com outros países, tanto da Europa quanto da América Latina, declarou Bernardo Bergeret, gerente de Relações Internacionais da entidade. Bergeret está à frente da delegação argentina convidada para a 42ª Mostra Internacional do Novo Cinema de Pesaro, na Itália.

"O Incaa não só apóia financeiramente a produção de nosso país, como se preocupa com sua divulgação além das fronteiras nacionais graças a novos acordos de co-produção e a presença do Incaa nos principais mercados de cinema do mundo" acrescentou. Inúmeros filmes dos últimos cinco anos são exibidos na Mostra, selecionados pelo diretor do festival, Giovanni Spagnoletti. Segundo Bergeret, o diretor "é fiel seguidor de toda a atividade do cinema argentino e um conhecedor importante da produção nacional, à qual dedicou um magnífico livro".

"São filmes que participaram de festivais internacionais e que ganharam prêmios e são claramente representativos dos valores que distinguem este novo cinema argentino que começou a existir em meados da última década do século passado", disse Bergeret, que partirá quarta-feira para Karlovy Vary, onde o último filme de Miguel Pereira, "El destino", participará de um festival oficial.

"A produção argentina continua muito firme e toda esta geração de jovens cineastas estão com novos projetos. Pablo Trapero com um filme próximo a estrear, Israel Adrián Caetano com 'Crónica de una fuga', apresentado no festival de Cannes em maio, e Lucrecia Martel produzindo seu terceiro longa-metragem", destacou o gerente da entidade.

"O Instituto de Cinema tem um papel muito importante, com um novo presidente como Jorge Alvarez, que foi vice-presidente durante quatro anos e esteve muito envolvido nesses temas de apoio e ajuda à indústria argentina", afirmou o responsável das relações internacionais do Incaa.

"Os maiores esforços são destinados a aumentar a colaboração com outros países tanto da Europa quanto da América Latina. A recente viagem de Alvarez para Roma para revitalizar um acordo de co-produção que está enfraquecido há alguns anos aponta para esse aumento e coloca o país atrás de outras nações da União Européia, como Espanha, França e Alemanha, com as quais há boas e frutíferas relações" acrescentou Bergeret.

A produção argentina estabilizou-se em cerca de 75 filmes anuais, que estréiam praticamente através da rede de salas cinematográficas do Instituto nas principais cidades do país, chamadas "espaço Incaa ", e que se estendem à várias capitais européias, entre elas Roma.

O Incaa continua firme quanto ao favorecimento da criação de semanas do cinema argentino em diversos países e, para isso, está em contato com circuitos alternativos que se prestem a hospedar estas manifestações.

Da Redação, com agências internacionais e Carta Maior