Forças de segurança palestinas tentam localizar israelense capturado

O presidente da Autoridade Palestiniana ordenou a realização de uma operação de busca na Faixa de Gaza para tentar localizar o soldado israelense sequestrado ontem por grupos armados, depois de Israel ter ameaçado l

"O presidente Mahmud Abbas pediu ao primeiro-ministro, Ismail Haniyah, ao ministro do Interior, Said Siam, e aos chefes dos serviços de segurança para lançarem de imediato buscas para libertar o soldado", afirmou uma fonte do gabinete presidencial.

De acordo com a mesma fonte, a operação de busca irá estender-se "a toda a Faixa de Gaza", sublinhando que as forças de segurança já começaram a mobilizar-se para cumprir as ordens de Abbas. "Declaramos mobilização geral e os homens estão preparados", afirmou o general Jamal Kayad, chefe da Segurança Nacional para o sul da Faixa de Gaza.

O cabo Gilad Shalit, de nacionalidades israelo-francesa, foi capturado após uma ação da resistência, na madrugada de sábado para domingo, contra um posto militar israelense junto à fronteira com a Faixa de Gaza. A ação, que provocou a morte de outros dois militares, foi reivindicada pelos Comitês de Resistência Popular, as brigadas al-Qassam (o braço armado do Hamas) e um terceiro grupo extremista que se auto-intitula Exército do Islã.

No início da tarde, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, anunciou ter ordenado os comandantes militares para prepararem "uma operação militar de grande envergadura e de duração ilimitada contra as organizações terroristas, os seus chefes e todos os implicados" na captura do soldado ocupante.

O primeiro-ministro israelense reafirmou que irá pedir responsabilidades pela sorte do soldado israelense não só ao Governo do Hamas, mas também ao líder palestiniano, com quem acordou dias antes o reinício das negociações de paz. "Consideramos a Autoridade Palestiniana, no conjunto dos seus dirigentes, a começar pelo presidente, e todo o Governo como responsáveis pelo ataque, com tudo o que isso implica", sublinhou.

O Executivo israelense rejeitou também a hipótese de negociar com os captores de Shalit – que num breve comunicado exigiram a libertação de todas as mulheres e menores palestinianos detidos nas prisões israelenses.

Diante da ordem de prontidão recebida, milhares de soldados israelenses concentram-se junto à fronteira com a Faixa de Gaza, na iminência de uma reinvasão daquele território, de onde saíram há menos de um ano.

"O presidente pediu a todos, Governo e dirigentes, para assumirem as suas responsabilidades face a esta situação perigosa, a fim de evitar um desastre humanitário, econômico e militar" na Faixa de Gaza, afirmou Nabil Abu Rudeina, porta-voz de Abbas.

Apesar da tensão crescente, fontes diplomáticas garantem que estão em curso intensos contatos entre elementos próximos de Abbas e membros do Governo israelense para tentar recuperar Shalit e evitar a invasão — mais uma vez — de Gaza.