Evo: EUA agridem e provocam governos da região

Em entrevista publicada hoje (26) pelo jornal "Página/12", de Buenos Aires, o presidente boliviano, Evo Morales, denunciou que os Estados Unidos mantém "uma linha definida" de "agredir, provocar e con

"Há presença militar americana camuflada de estudantes que supostamente vêm estudar" a língua aborígine quéchua "quando (na verdade) estão fazendo (serviço) de inteligência", acusou. Questionado sobre uma suposta dependência política dos governos venezuelano e cubano, Evo respondeu que isso não existe. "Estas duas nações irmãs expressaram uma grande solidariedade incondicional em favor da integração latino-americana", especificou.

"Não há nenhuma intromissão, há cooperação solidária, e graças ao investimento venezuelano vai haver a industrialização de nosso gás", acrescentou. Evo destacou ainda que seu país recebe ajuda em todas as áreas tanto desses países como de outros Estados da região e da Europa.

 

A Bolívia assumiu a Presidência temporária da Comunidade Andina de Nações (CAN) depois que a Venezuela anunciou sua decisão de sair do bloco, que também é integrado por Colômbia, Equador e Peru, para somar-se ao Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).  Neste sentido, Morales sustentou que o bloco andino se viu "debilitado" pelos acordos de livre-comércio "que destróem os pequenos produtores e as comunidades camponesas", em referência aos tratados assinados por Colômbia e Peru com os EUA.

 

Ele disse que se a CAN "voltasse a seus princípios fundamentais, que são fortalecer as economias nacionais e regionais, seria muito diferente". "Temos a obrigação de voltar a esses princípios e fortalecer este bloco, mas não em benefício da economia transnacional, mas da economia popular e comunal na região andina", afirmou.  

 

Argentina

 

Evo disse ainda que o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, é "certamente" parte do "novo nacionalismo" que surgiu na América Latina nos últimos anos. "Desde o momento em que (Kirchner) começou a dignificar a Argentina, opondo-se à ingerência dos EUA, é parte do patriotismo latino-americano", especificou.

 

O presidente boliviano informou que na quinta-feira assinará com Kirchner acordos sobre volumes de exportação e preços do gás boliviano para a Argentina, junto com créditos para industrializar o hidrocarboneto no país andino e outros "projetos produtivos". Também se "está trabalhando para melhorar as condições dos residentes bolivianos" na Argentina, disse Morales.

Segundo o porta-voz do governo boliviano, Alex Contreras, também será assinado um acordo relacionado com a exportação de coca. O encontro acontecerá no município de Hurlingham, na província de Buenos Aires.

Da Redação
Com agências.