Desinteresse e esvaziamento marcam convenção do PFL

Numa cerimônia esvaziada, o PFL fez ontem sua convenção para aprovar a aliança com o PSDB em torno da candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência. Os principais líderes pefelistas aproveitaram a conven&ccedi

A convenção do PFL homologou hoje a chapa formada por Geraldo Alckmin (PSDB) e José Jorge (PFL) para a Presidência da República. O evento foi esvaziado e de baixo custo.

Apenas 300 pessoas ocuparam o auditório do Senado, que ficou com filas de cadeiras praticamente vazias. O número é inferior, inclusive, ao reunido durante a convenção do PFL de Brasília, na semana passada –cerca de 30 mil.

Além disso, parte dos presentes formava a claque levada por apoiadores de José Roberto Arruda, candidato do PFL ao governo do Distrito Federal.

Alckmin chegou ao auditório com uma hora e meia de atraso. Os senadores César Borges (PFL-BA) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), chamados para compor a mesa, chegaram depois do candidato. O coordenador da campanha tucana, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), apareceu somente meia hora depois de Alckmin ter chegado à convenção do PFL.

Durante os discursos que antecederam a fala de Alckmin, senadores do PFL e do PSDB deixaram a convenção. Quando o candidato subiu à tribuna, ao som do "Tema da Vitória", música celebrizada pelas vitórias de Ayrton Senna na Fórmula 1, um deputado do PFL deixou o plenário, reclamando da repetição das declarações de Alckmin.

As críticas mais contundentes ao governo Lula mais uma vez foram de autoria de José Jorge, que chamou o presidente de "nordestino desnaturado". Alckmin, por sua vez, repetiu as críticas de que a política do governo atual é atrasada, que o presidente aparelhou o Estado e "usou dinheiro público de forma indevida", reclamou dos gastos de publicidade do governo e das inaugurações de pedras fundamentais e obras sem, por exemplo, licença ambiental para serem feitas.

"É a mentira política reiterada. E não há nada mais desastroso para a credibilidade da democracia do que a falta de compromisso com a verdade e da falta de responsabilidade da coisa pública", afirmou.

"Quem pode fazer mais, o governo que não tem mais equipe, que não tem projeto, imobilizado pelas denúncias, ou um time novo, gente nova, equipe, motivação e legitimidade das urnas para o Brasil fazer as reformas necessárias, avançar mais e fazer mais pelo nosso povo?", acrescentou.

Ao final, quando deixava a convenção, foi seguido por pefelistas que gritavam incessantemente o nome de José Roberto Arruda, que não estava ao lado de Alckmin. A insistência da claque levou um assessor de Alckmin a pedir que os eleitores de Arruda suspendessem a gritaria, até porque ninguém gritava o nome do candidato à Presidência.