Com medo da Lista de Furnas, PFL e PSDB atacam Thomaz Bastos
Publicado 21/06/2006 01:43
"Esta atitude da oposição, além de demonstrar desespero, é retaliação à apuração republicana que a Polícia Federal está realizando em relação à lista de Furnas", disse o líder petista.
Além da "lista de Furnas", a Polícia Federal continua investigando o caixa dois da campanha do PSDB e PFL para o governo de Minas Gerais, em 1998. Um documento do tesoureiro da campanha, Cláudio Mourão, já teve sua autenticidade comprovada e mostra que o candidato tucano a governador, o hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB_MG) movimentou mais de R$ 100 milhões em sua campanha, montante não declarado à Justiça Eleitoral. Esta operação é tida como a origem do chamado valerioduto, do publicitário Marcos Valério.
Bastos: não sou político
O próprio ministro Thomaz Bastos respondeu à oposição. "A Polícia Federal está trabalhando como trabalhou nesses três anos, de forma impessoal e republicana. Eu não interfiro na Polícia Federal, eu não controlo. Faço questão de só dar um rumo à Polícia Federal", disse.
Thomaz Bastos negou ainda ser político e disse que a proximidade do período eleitoral vai aumentar as disputas entre governistas e oposição. "Acredito que a guerra eleitoral vá se incendiar nesses próximos três meses, mas faz parte do jogo", afirmou.
Bem mais enfático na reação aos ataques oposicionistas foi o deputado estadual mineiro Rogério Correia (PT). Ele divulgou ontem uma carta aberta ao senador tucano Arthur Virgílio (AM), que voltou a fazer bravatas na tribuna do Senado e chegou a chantagear o ministro Márcio Thomaz Bastos.
Vi com perplexidade o depoimento de V.Exa. na tribuna do Senado na noite de ontem. Mais uma vez utilizando-se de bravatas e agora numa atitude de chantagem explícita, o senhor desafia o Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a derrubar o laudo da Polícia Federal que atesta a autenticidade da “lista de Furnas” num prazo de 24 horas, caso contrário “ele vai ver o que é bom prá tosse”. Fica clara a tentativa do senador em tentar evitar a apuração das denúncias de caixa dois tucano nas eleições de 2002. Desde o aparecimento das cópias da famosa lista, V,Exa. e vários outros tucanos de alta plumagem, tentam desqualificá-la, assim como tentaram fazer com a lista de Cláudio Mourão, que além de demonstrar o imenso caixa dois na campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo, mostrou a utilização na mesma de recursos públicos oriundos de empresas estatais e o nascedouro do valerioduto. A tática foi a mesma utilizada agora: desqualificar o denuncinte, falar em falsificação e, quando da comprovação da autenticidade da assinatura e de que não houve montagem, tentar se passarem por vítimas de perseguição da Polícia Federal. O senhor senador que ameaçou até bater no presidente, me processar, dar prazo de 24 horas para o ministro dizer que a lista é falsa, não mostra a mesma valentia contra o autor da lista. Se, como diz V.Exa. a lista é falsa, a responsabilidade é somente dele, afinal o laudo comprova ser verdadeira a sua assinatura e também não haver montagem. Porque então não processa o Sr. Dimas Toledo? Estaria o senador com medo da verdade? A bravata e a chantagem de V.Exa., na tentativa de intimidar e sufocar a apuração, pode acabar sendo um tiro no pé. Que Furnas, através de Dimas Toledo, sempre foi utilizada como fonte de arrecadação para as campanhas tucanas, todos aqui em Minas já sabiam, embora até então não fosse ainda comprovado. Era um verdadeiro segredo de polichinelo. Resta agora à PF tornar público o laudo e avançar nas investigações. O ministro é um homem honrado e a Polícia Federal tem atuado com total isenção e liberdade. Nunca se apurou tantos crimes como agora, coisa impossível de acontecer em governos tucanos, que se especializaram em varrer a sujeira para debaixo do tapete.. Por fim, é bom se lembrar que Nilton Monteiro falou que além do original da “lista de Furnas”, já apresentado e periciado como verdadeiro, ele possui recibos assinados pelos beneficiados pelo esquema. E é bom não duvidar pois, foi através de suas denuncias, que se desbaratou o grande esquema de corrupção do então governador capixaba (também tucano) José Ignácio e se mostraram mentirosas as versões de Cláudio Mourão, Eduardo Azeredo e agora Dimas Toledo. A verdade virá à tona! Rogério Correia
Deputado estadual