Médicos temem pela saúde dos torcedores

A Copa do Mundo causa alegria, desespero e até termina em casamento, mas agora os médicos estão estudando se a emoção pode ou não ser literalmente fulminante para o coração.

Pesquisas anteriores durante torneios de futebol internacionais revelaram um aumento na incidência de ataques cardíacos, particularmente em dias nos quais partidas tensas deixaram os torcedores na ponta da cadeira.

Nas novas pesquisas aprovadas pela FIFA os pesquisadores vão receber amostras de sangue de vítimas de ataque cardíaco de toda a Alemanha que assistiam jogos quando enfartaram, o que lhes permitirá procurar sinais de hormônios de estresse que podem coagular o sangue.

Os médicos também receberão amostras de qualquer um que desmaie em um estádio durante uma partida da Copa do Mundo e cujo sangue pode mostrar níveis mais altos de hormônios que aqueles dos torcedores que assistem em casa.

"Perguntamos aos pacientes o que exatamente faziam quando sofreram o ataque – se estavam acompanhando o jogo pelo rádio ou pela tevê, ou mesmo se estavam ouvindo os especialistas depois do jogo", disse David Leistner, da Universidade Ludwig Maximilians de Munique à Reuters.

"Até agora, nos dias em que a Alemanha jogou recebemos muito mais amostras", acrescentou. Os primeiros resultados devem sair em outubro.

Um estudo de 1998 descobriu que na Copa do Mundo daquele ano o número de ataques cardíacos aumentou em 25 por cento no dia em que a Inglaterra perdeu para a Argentina em uma disputa de pênaltis e nos dois dias seguintes.

Pesquisadores na Suíça também descobriram que os ataques cardíacos naquele país aumentaram em 60 por cento durante a Copa de 2002, mas na ocasião a Suíça não disputou a competição.

Os resultados provocaram a instalação de equipamento de emergência para ataques cardíacos nos estádios durante a Euro 2004.

"Se for provado que os níveis de estresse podem aumentar a chance de um ataque do coração, então aqueles que assistem a um jogo de futebol devem ser alertados", disse Leistner.

Os médicos aconselham os torcedores mais sujeitos aos ataques, os obesos, diabéticos e portadores de altas taxas de colesterol, a se abster de beber excessivamente durante a Copa do Mundo.

Com agências internacionais