China elevará depósito compulsório para frear crescimento da economia

O banco central da China informou nesta sexta-feira que elevará o depósito compulsório dos bancos em 0,5 ponto percentual a partir de 5 de julho para conter o crescimento do crédito e do investimento. A medida já era esperada. Analistas já especula

Na tentativa de conter a acelerada expansão do crédito e sua conseqüente ameaça à inflação, o Banco Central da China anunciou hoje um aumento de 0,5 ponto percentual dos depósitos compulsórios das instituições bancárias. A medida passa a vigorar em 5 de julho.

Assim, será de 8% a reserva exigida para a maioria dos bancos comerciais chineses – incluindo aqueles controlados pelo estados – para depósito junto à autoridade monetária.

Conforme o BC da China, as cooperativas de crédito e outras instituições financeiras que têm taxas diferenciadas também terão aumento de 0,5 ponto percentual em seus depósitos compulsórios.

A decisão, contudo, não afeta bancos e cooperativas rurais de crédito, informou a autoridade monetária.

"O índice de preços ao consumidor está relativamente baixo, mas se o crescimento do crédito continuar a acelerar, poderá estimular o aquecimento econômico e gerar risco de inflação", informa o BC do país asiático, justificando o aperto monetário adicional.

Pelos cálculos do governo chinês, a elevação do depósito compulsório em 0,5 ponto percentual deve enxugar, no curto prazo, algo em torno de 150 bilhões de iuans em liquidez.

A medida sucede um acréscimo de 0,27 ponto percentual da taxa de juro do país, anunciado em abril.

A China também promoveu, em julho do ano passado, uma valorização de 2,1 por cento do iuan frente ao dólar.

Vale lembrar que o Produto Interno Bruto daquele país cresceu 10,3% no primeiro trimestre, na comparação com a alta de igual período do ano passado.

Europa fica apreensiva

O anúncio derrubou as bolsas de valores da Europa nesta sexta-feira. Os europeus tem que a medida do banco central da China para restringir o crédito reprima a economia de um dos principais responsáveis pelo crescimento mundial.

Mineradoras, entre as mais beneficiadas pelo forte crescimento da economia chinesa, registraram quedas acentuadas. BHP Billiton recuou 2,24 por cento.

Ações do setor de tecnologia também pesaram sobre o mercado. Ericsson e outros papéis cederam, acompanhando o movimento do índice norte-americano Nasdaq .

O índice de 300 principais ações da Europa, o FTSEurofirst, encerrou com baixa de 0,63 por cento, a 1.260 pontos, acumulando perda de 1,2 por cento na semana.