Evento nacional da UJS quer reunir 100 mil com presença de Lula

"A Estrada vai além do que vê", trecho da música dos Los Hermanos, é que vai embalar as discussões do 9º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), do Distrito Federal, neste sábado (10), na Uni

A etapa regional do DF vai ser encerrada com Ato Político em Defesa da Juventude, de Brasília e do Brasil, com a presença dos partidos políticos, diversas entidades, personalidades e do ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz. A abertura será feita com palestra "A Estrada vai além do que se vê" – A luta atual e a Perspectiva do Socialismo, seguido de discussão sobre diversos temas de interesse da juventude, em grupos de trabalho – Movimento Estudantil – Cultura – Meio Ambiente – Gênero – Passe Livre e Políticas Públicas para Juventude.

No período da tarde, haverá plenária final quando serão escolhidos os delegados para o Congresso Nacional e aprovadas as teses. Durante todo o congresso haverão apresentações culturais.

Passado e futuro

"As discussões do evento, que se repetem em todas as assembléias, encontros municipais e estaduais da UJS, fazem uma reconstituição das lutas da entidade e sinalizam para os desafios na luta em defesa do socialismo", disse Luciano Resende, Diretor Nacional de Formação da UJS.

A tese definitiva só sairá depois do Congresso, que são as Resoluções do 13º Congresso. A avaliação do líder da UJS é de que a entidade enfrentou obstáculos e alcançou êxitos, principalmente neste últimos anos, período de garantia de maior participação dos movimentos sociais e populares na vida política nacional.

"A UJS foi decisiva no último dia 16 de agosto, quando colocamos o bloco na rua para denunciar o golpismo da direita, que tentava sem êxito abreviar o mandato do Presidente Lula. Também colocamos no alvo, em diversas mobilizações, a política econômica que ainda impera no Ministério da Fazenda e no Banco Central", avalia as teses que serão apresentadas no evento.

A entidade também destaca a batalha pelos rumos da reforma universitária, a luta pela aprovação da reserva de vagas, as grandes passeatas pelo passe estudantil e tantos outros embates em prol da intensificação das mudanças progressistas no país.

No último período, a temática das Políticas Públicas de Juventude (PPJ) ganhou enorme importância. Mesmo desenvolvendo intensa atividade nas mais diversas frentes, a UJS participou dos debates, desempenhando importante papel na construção da política de juventude do Governo Lula.

Mobilização de resultado

A entidade registra como resultado da mobilização da UJS e das demais organizações do movimento juvenil, a criação da Secretaria Nacional de Juventude e o Conselho Nacional de Juventude, um espaço de interlocução entre Estado e organizações juvenis. Uma parte das organizações com assento no Conselho é representada por jovens filiados à UJS.

Também destaca a presença nas discussões do Projeto Juventude (2003-2004) – iniciativa da sociedade civil conduzida pelo Instituto Cidadania com o objetivo de formular uma proposta de política para a juventude brasileira; nas duas edições do Diálogo Nacional das Organizações Juvenis (2004 e 2005), e nas conferências estaduais e na Conferência Nacional de Juventude convocadas pela Câmara dos Deputados em 2004.

Nas eleições de 2004, a UJS desempenhou papel decisivo apoiando diversas candidaturas, envolvendo militantes e dirigentes de vários estados. O resultado prático foi a votação expressiva das candidaturas apoiadas pela entidade, com destaque para a eleição da vereadora Manuela D`ávila (PCdoB) em Porto Alegre, que é também da Direção Nacional da UJS.

Origem da luta

A UJS foi fundada em 22 de setembro de 1984. Nos seus quase 22 anos de existência sempre se colocou em defesa do Brasil e dos interesses dos jovens, tomando parte nos principais acontecimentos políticos de nosso país. Foi a primeira organização juvenil a propor o "Fora Collor". Antes disso atuou na campanha das Diretas Já! e participou da histórica campanha da Frente Brasil Popular, apoiando Lula para presidente já em 1989.

Na Constituinte de 1988 foi a UJS que propôs que a juventude votasse a partir dos 16 anos. "Na época muita gente não acreditava nessa proposta, mas nós mobilizamos jovens de todo o país para pressionar os parlamentares. A partir daí a coisa foi crescendo e ganhamos a parada. Hoje quase todo mundo acha importante a juventude votar aos 16 anos", lembra Resende.

A UJS é um amplo movimento de jovens que lutam por uma sociedade mais justa e próspera, a sociedade socialista. De acordo com o manifesto da entidade, "somos socialistas porque, jovens que somos, andamos abraçados com o futuro e a busca da felicidade – desejos que são diariamente frustrados nesta sociedade capitalista que não tem perspectiva e só nos oferece e a desilusão e a exploração".

De Brasília

Márcia Xavier