Bispo defende quilombolas despejados em Vargem Grande

Classificando de terrível, bárbara, brutal atrocidade o episódio do despejo dos quilombolas da área São Malaquias, em Vargem Grande, a deputada Helena Heluy (PT) afirmou que faz toda questão de que o mundo tome conhecimento de que no Maranh&

Classificando de terrível, bárbara, brutal atrocidade o episódio do despejo dos quilombolas da área São Malaquias, em Vargem Grande, a deputada Helena Heluy (PT) afirmou que faz toda questão de que o mundo tome conhecimento de que no Maranhão ainda são cometidos atos desta natureza.

“Houve efetivamente uma liminar e prefiro não discutir o mérito da mesma, mas certamente que ela não previa as atrocidades cometidas contra os quilombolas de Vargem Grande”, afirmou.

Em seguida, a deputada leu uma carta encaminhada ao governador José Reinaldo Tavares pelo Bispo da Diocese de Coroatá, Dom Reinaldo Pünder.

Abaixo a íntegra do documento:

“Meu prezado governador,

Na esperança de que esta o encontre bem, dirijo-me mais uma vez ao Sr. como fiz em 15.04 do ano passado diante do conflito agrário, naquele tempo deflagrado no município de Vitória do Mearim, nos povoados Juçaralzinho e vizinhos.

Agora se trata de mais um, desta vez na própria Diocese que Deus me confiou para tentar ser uma reprodução não muito infiel do Bom Pastor: o crime perpetrado – se as notícias que recebi são verídicas – contra os quilombolas do povoado Santa Maria ou Malaquias, no município de Vargem Grande – Maranhão, onde parece que houve um acúmulo tão absurdo de irregularidades que realmente brada ao céu, como se pode ler na imprensa e saber do debate realizado na Assembléia Legislativa do dia 22 ou 23 p.p. Nos próximos dias quero lhe escrever sobre este assunto com dados mais precisos. Na hora do despejo ilegal e violento até o velório de um lavrador defunto que houve naquele momento no seu casebre pobre, não foi respeitado. É o cume da desumanidade bárbara de que neste Estado são capazes forças que deveriam servir ao bem comum.

Hoje me limito a este alerta ou grito por socorro em favor do povo sofrido do Estado administrado pelo Sr.. Com o qual quero reforçar as manifestações de outros grupos ou pessoas preocupadas. Acho que em momentos assim não deve haver nenhuma preocupação partidária. Seja qual for o lado político de quem aqui manifesta sua indignação, que seja bem vindo para somar forças para combater a barbárie que procura se perpetuar por aqui.

Com saudações respeitosas e no aguardo de suas medidas enérgicas em favor da justiça e da paz dos que foram atingidos neste caso e que fazem parte do povo que Deus confiou aos seus cuidados civis neste Estado”.