Livro provoca viúvas do 11 de Setembro e choca EUA

Uma famosa colunista norte-americana provocou um escândalo nesta quarta-feira (07/05) com seu novo livro, no qual acusa as viúvas do 11 de Setembro de se deleitarem com a morte de seus maridos.

Em "Godless", a ultraconservadora Ann Coulter, conhecida por seu gosto pela polêmica e figura fácil no canal de TV Fox News, pró-Bush, disse que essas mulheres estão obcecadas com a publicidade em torno de si mesmas.

Coulter, também advogada e escritora de best-sellers, atacou quatro viúvas do estado de Nova Jérsei (a leste dos Estados Unidos) que depois dos atos terroristas questionaram a política de segurança e informação do governo do republicano George W. Bush, promovendo a criação da comissão investigadora sobre o acontecimento.

"Estas pessoas são milionárias, tornaram-se figuras constantes nas TVs e nas matérias da imprensa, mostrando seu status de celebridade", escreveu Coulter.

"Como saber se seus maridos não tinham a intenção de se divorciarem desses abutres? Agora que se aproxima sua data de vencimento, elas poderiam posar para a Playboy", alfinetou, acrescentando que "nunca vi pessoas que desfrutaram tanto da morte de seus maridos".

Em um comunicado conjunto, as viúvas atacadas disseram que não escolheram esta situação. "Ao contrário do que afirma Coulter, não ficamos alegres ao vermos os homens que amávamos se incendiarem vivos", rebateram.

"Não houve nenhuma felicidade na hora de dizer aos nossos filhos que seus pais nunca mais voltariam para casa. Adorávamos esses homens e temos saudades deles todos os dias", completaram.

Não é a primeira vez que Coulter, de 44 anos, provoca controvérsia com suas afirmações. Depois de 11 de setembro de 2001, ela sugeriu que os Estados Unidos invadissem o Oriente Médio, "matassem seus líderes e convertessem (o povo) ao cristianismo".

As palavras de Coulter contra as viúvas chocaram até alguns republicanos. "É completamente desumano dizer tais coisas de pessoas que viveram esta agonia", avaliou Pete King, um representante republicano de Nova York, ao "Daily News".

Da France Press e da “Folha de São Paulo”