Ensino de sociologia e filosofia consegue simpatia do CNE

O Conselho Nacional de Educação (CNE) reuniu-se nesta quarta-feira (7), com representantes de diversas entidades de educação, em Brasília, que pediram a votação da matéria que institui o ensino obrigat

A matéria que seria votada nesta quarta-feira, foi adiada para o início do próximo mês, porque cinco novos conselheiros pediram vistas para apreciação do assunto. Grupo de cerca de 200 estudantes secundaristas acompanharam a reunião do conselho. À tarde, como parte da programação de mobilização pela aprovação do projeto, uma comissão esteve com o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Eles foram pedir apoio para o projeto de lei no mesmo sentido que tramita na Câmara dos Deputados. Acompanhados dos deputados Dr. Ribamar (PSB-MA), autor do projeto de lei que aguarda para entrar na pauta de votação; Evandro Milhomen (PCdoB/AP) e Paulo Delgado (PT/MG), estudantes e representantes de entidade de educação, apresentaram os argumentos para aprovação da proposta. O ministro se comprometeu a fazer gestões junto ao Congresso.

Argumentos favoráveis

Os argumentos são de aprimoramento da formação estudantil com a inclusão das duas disciplinas nas séries finais da educação básica, que daria uma formação humanista e não só tecnicista; faria os estudantes compreenderem melhor os problemas sociais; e seria fundamental para a existência de um país soberano.

Oswaldo Lemos destaca que o ensino de filosofia e sociologia na escola "contribuirá para o desenvolvimento social, político e educacional do país". Lejeune Mato Grosso, vice-presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo e um dos líderes do movimento pela aprovação, disse que "a votação foi adiada (no Conselho), mas sinaliza aprovação. Espero conseguir agora o empenho do ministro em aprovar a matéria, o que ele já demonstrou antes", afirmou.

Segundo Cesar Caligari, um dos três relatores do processo no CNE, desde o ano passado, o Conselho está juntando esforços para rever as diretrizes curriculares do ensino médio. "A reunião foi importante para ouvir diretamente os argumentos. Agora faltam apenas detalhes para fechar o parecer", comentou.

Revolta dos pinguins

"Nossa luta é muito parecida com a recente "revolta dos pingüins", dos estudantes chilenos. Tem as mesmas bandeiras. Queremos evitar o retrocesso do Estado em questões fundamentais para a formação de jovens mais críticos e conscientes. Afinal de contas, são conteúdos que estimulam a reflexão e nos dão ferramentas para compreender o mundo em que vivemos", explica Osvaldo Lemos.

Os manifestantes entregaram o documento aprovado pela direção executiva da Ubes pedindo a implantação imediata e obrigatória das duas disciplinas no ensino médio, em que destaca que "a esperança hoje é toda depositada nos 12 membros do Conselho Nacional de Educação – CNE, de sua Câmara de Ensino Básico – CEB, que deverá votar uma nova resolução, modificando a de 1998, que tornará então e de forma definitiva, obrigatório a presença das duas disciplinas, tão importantes para formação de nossa juventude".

No documento, eles apelam "aos senhores conselheiros que dêem seu voto favorável a tal posicionamento, pois estarão dando uma segura e firme contribuição para a democratização do ensino no Brasil, para a conscientização de nossa juventude e para a ampliação da nossa". cidadania.

Mobilização nacional

Participaram das reuniões representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Conferência Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeosp) e da Ubes.

Também estiveram presentes como representantes da Ubes; Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp); Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE); Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) e Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo (Sinsesp).

Eles fazem parte da mobilização coordenado por entidades nacionais que estão desenvolvendo campanha favorável ao parecer da obrigatoriedade do ensino filosofia e sociologia no ensino médio.

De Brasília

Márcia Xavier