‘O reencontro do poeta com sua terra’. Leia entrevista com Adalberto Monteiro

O escritor Adalberto Monteiro, presidente Nacional do Instituto Mauricio Grabois e membro da Comissão Gestora do Portal Vermelho esteve em Teresina no ultimo final de semana (03 e 04) onde participou do 4º Salão do Livro do Piauí &

Como aconteceu a receptividade dos piauienses e a sua participação no Salão do Livro do Piauí?

Nós tivemos no 4º Salipi numa parte tradicional deste evento que é o diálogo, o bate-papo com os escritores, eu fui entrevistado durante uma hora pelo professor Homero e ali com a participação de um bom público e com a vantagem de que aquela conversa de quase uma hora foi transmitida pela rádio Antares para todo o Piauí.

Então eu digo que foi o reencontro do poeta com sua terra, onde eu pude conversar com os piauienses por intermédio deste espaço, não só com as pessoas que lá estavam, mas com as pessoas que estavam nos escutando.

Foi a primeira vez que o senhor esteve no Salipi? O senhor tinha conhecimento sobre a grandeza que é o Salão do Livro do Piauí?

Percebi no salão uma grande movimentação de pessoas, principalmente de jovens, o que eu achei valioso o interesse da juventude piauiense pelas publicações editoriais. Achei justa também a homenagem do Salão a Assis Brasil, um escritor piauiense com um acervo gigantesco e também a homenagem a Mário Quintana, que este ano é um centenário de nascimento deste poeta.

Então este reencontro com a minha terra natal tem toda uma simbologia, um significado. O professor Homero disse que os poetas não se fazem poetas são escolhidos pela poesia. Embora eu tenha saído daqui muito cedo, aos sete anos de idade eu acredito que já tenha saído daqui escolhido pela poesia.

A sua obra como escritor faz referência a sua terra natal? Os seus livros falam do Piauí?

Uma série de imagens de minha infância que vai desde aquela festa na casa de farinha, a colheita da mandioca, homens e mulheres trabalhando e daquilo resultando a goma, resultando o beiju, a tapioca e eu menino no meio daquilo tudo. A questão da minha vivência com a fauna e a flora do agreste, a minha cidade Cocal já é no agreste. O contato com a caatinga piauiense, tudo isso, essa vivência de um menino, a infância ela marca, e toda essa vivencia foi despertando a poesia em mim.

Sobre o Instituto Mauricio Grabois, o qual o senhor preside, como esta ocorrendo o processo de instalação dele aqui no Piauí?

Nestes dias em que eu estive no Piauí, eu me reuni com a professora Socorro Lira, com o Dalton Macambira, com a Lucineide, a Teresinha e o Elton para que agora no mês de agosto possamos lançar a sessão estadual do Instituto Mauricio Grabois no Piauí.

O instituto vai trazer para o Piauí algo que é imprescindível para o desenvolvimento de qualquer Estado, o instituto vai trazer idéias, porque não se desenvolve Estado somente com infra-estrutura, mas com idéias, com projetos.

Quais são as principais atividades desenvolvidas pelo Instituto e a que ele se propõe?

O instituto se propõe a ser espaço onde a intelectualidade, as pessoas que pensam e tem reflexões sobre o Piauí e sobre o Brasil possam através de debates e conferências sobre o desenvolvimento no Piauí no âmbito do desenvolvimento brasileiro.

Entrevista concedida à reporter Daiane Rufino em Teresina