Policias querem afastar imagem de truculentos

A lógica de que os policiais são os grandes transgressores dos direitos humanos precisa mudar, defende o Movimento Nacional pela Segurança Pública (MNSP). Criado há dois anos, o movimento reúne policiais militares e civis, bombeiros e

Segundo o coordenador do MNSP e sargento da Polícia Militar de Minas Gerais, José Luiz Barbosa, é preciso desenvolver ações afirmativas para provocar mudanças na visão da sociedade sobre os agentes de segurança pública. "Há uma incompreensão do papel da polícia como papel dos defensores dos direitos humanos. O que é natural porque os organismos de direitos humanos foram instituídos para combater a violência policial num momento extremamente ruim do país que era a ditadura", afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Barbosa afirmou que é preciso promover o entendimento de que os policiais têm como atribuição a defesa dos direitos humanos. "Essa nova geração de policiais tem vergonha do período de ditadura", destacou. "Essa nova geração tem afirmado insistido em colocar, em todos os momentos, em todos os espaços públicos de debate, que esse é um legado que não nos pertence".

Uma das propostas do MNSP é a ampliação do debate sobre a desmilitarização das polícias e dos corpos de bombeiros, considerando a natureza civil das atividades desenvolvidas por essas corporações. O movimento propõe também que sejam dadas melhores condições para a atuação dos profissionais, entre elas, a definição de um piso salarial nacional.

Segundo Barbosa, enquanto um policial militar do Distrito Federal ganha cerca de R$ 3 mil, no Piauí, o salário é de R$ 500. Outros pontos são a definição de uma carga horária de trabalho de no máximo 40 horas semanais e a garantia constitucional do direito à greve e à sindicalização.