Chacina em Paraisópolis: Orlando, Leci e PCdoB exigem punição exemplar

Parlamentares do PCdoB-SP manifestaram indignação com o massacre de Paraisópolis. Nove jovens inocentes foram mortos pela Polícia Militar paulista, no domingo (1/12), na dispersão de um baile funk. O deputado Orlando Silva protocolou requerimento na Câmara Federal para criar uma Comissão Externa que investigue o episódio. Já o mandato da deputada estadual Leci Brandão informou estar em “contato constante com a Ouvidoria da PM e com o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.

João Doria

“Protocolei na Câmara o requerimento solicitando a criação de uma Comissão
Externa para apurar o massacre ocorrido em Paraisópolis. É inaceitável que parcelas das forças de segurança causem a morte de adolescentes”, afirmou Orlando nas redes sociais. “O governo de São Paulo precisa agir com rigor e punir exemplarmente os agentes que cometeram o crime. O Legislativo deve acompanhar as apurações e cobrar as providências. Não podemos tolerar a omissão do poder público”.

Em nota sobre o massacre, Leci classificou a chacina como “inaceitável” e cobrou o Poder Público. “Temos o dever de exigir dos órgãos competentes uma apuração séria, rápida e eficiente, que dê conta de tudo o que aconteceu e puna os verdadeiros culpados com rigor”, registrou a parlamentar. Segundo Leci, “estamos diante de mais um episódio que deixa explícita a ausência de políticas públicas de inclusão nas periferias. Nas favelas, a atuação do Estado se limita à presença de forças policiais e este é o verdadeiro problema!”.

A Comissão Executiva do PCdoB São Paulo também denunciou o massacre e exigiu punição, além de se solidarizar “com a família e os amigos dos nove inocentes que tiveram sua vida ceifada de modo precoce e desumano”. O Partido “denuncia e repudia a ofensiva fascista em curso, que transforma todo o estado – especialmente as periferias da capital – em um insano palco de guerra. Exige uma apuração independente e rápida do massacre de Paraisópolis, com as devidas punições aos responsáveis”.

NOTA DO PCdoB SÃO PAULO

Não ao genocídio e à impunidade, por justiça aos jovens mortos em Paraisópolis!


Uma bárbara operação policial provocou a morte de nove adolescentes e jovens, que tinham de 14 a 23 anos e apenas se divertiam, na madrugada de domingo (1/12), num baile funk em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo (SP). Desencadeado pela Polícia Militar (PM), o massacre foi consequência da criminosa política de segurança do governo estadual. Mais do que isso, seguiu a lógica do excludente de ilicitude – a “licença para matar” que Jair Bolsonaro e Sergio Moro tentam impor ao Brasil.

A reação das autoridades à matança deixa pistas de que o governo tentará acobertar as motivações e as circunstâncias da tragédia e deixar os responsáveis impunes. Passados dois dias do episódio, já se sabe que a versão “oficial” da chacina está coberta de inconsistências. Contrariando a alegação de que as nove vítimas morreram pisoteadas, por exemplo, os primeiros atestados de óbito apontam para outras “causas mortis”, como asfixia e trauma na medula. As declarações do próprio governador, isentando a PM de qualquer responsabilidade – antes mesmo de uma rigorosa apuração –, confirmam seu aval a uma política de genocídio nas periferias e de criminalização da população mais pobre, especialmente a juventude negra.

Cabe salientar que mais de 70% dos 100 mil moradores de Paraisópolis têm até 29 anos. Além da falta de empregos, a comunidade não possui uma única sala de cinema, teatros ou parques públicos. Seus espaços de lazer e recreação se resumem a um campo de futebol e a duas quadras poliesportivas. Assim, na quinta maior comunidade do País, a presença do Estado praticamente se resume à ação policial.

O PCdoB São Paulo (SP) se solidariza com a família e os amigos dos nove inocentes que tiveram sua vida ceifada de modo precoce e desumano. Denuncia e repudia a ofensiva fascista em curso, que transforma todo o estado – especialmente as periferias da capital – em um insano palco de guerra. Exige uma apuração independente e rápida do massacre de Paraisópolis, com as devidas punições aos responsáveis. Nesse sentido, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) protocolou requerimento na Câmara Federal para garantir uma investigação externa e isenta.

São Paulo, 3 de dezembro de 2019

A Comissão Executiva do PCdoB São Paulo