O PCdoB-PR e a vigília Lula Livre

“Se o presente é de luta, o futuro nos pertence” (Che Guevara)

PCdoB-PR na vigília Lula Livre

Lula, citando Che Guevara, reafirmou: "Os poderosos podem matar 1, 2, 100 rosas. Mas jamais conseguirão deter a chegada da primavera". Aliás, fazendo valer a Constituição, o STF possibilitou a libertação do ex-presidente da injusta prisão em meio à primavera brasileira.  E a frase por ele mencionada ficou marcada nas mentes e corações dos que lutam por liberdade e democracia, especialmente daqueles que sustentaram bravamente, debaixo de sol e calor, sob chuva e o frio de Curitiba, todos os 580 dias, naquela esquina encravada no bairro Santa Cândida.

O PCdoB no Paraná, através da Secretaria de Movimentos Sociais, esteve presente na Vigília por Lula desde o primeiro dia da prisão, 7 de abril de 2018.  Nas saudações de “Boa Tarde” e “Boa Noite, presidente Lula!”, o Partido esteve em numerosas delas, coordenando a atividade, expressando grande emoção e muita consideração para com todos os militantes dessa luta, que ficará gravada na trajetória de um sem-número de ativistas, principalmente os de Curitiba, mas também os vindos de outras regiões do Paraná e de todos os estados brasileiros.  Gente de tantos rostos e muitas histórias, que trazia e levava abraços fortes de solidariedade. Alguns militantes comunistas também puxaram os debates chamados “Rodas de Conversa”, sobre os mais variados temas, nas tardes de sábado. 
 
Dizíamos: “Lula não está só!”. Com ele há milhões de brasileiros e brasileiras que esperam e, a seu modo, lutam pela liberdade do ex-presidente. Em cada novo dia vivenciado, nos 580 dias, 13.920 horas, 835.200 minutos, 50.112.000 segundos de resistência, ousadia,  solidariedade, compartilhamento, dedicação, o movimento da Vigília se  propagou para o mundo todo denunciando a perseguição de um dos maiores líderes da história contemporânea. 
 
Naquele triste 7 de abril, quando Lula foi posto na cela da PF, milhares de militantes entoaram canções de luta, como a inesquecível canção de Vandré, “Para não dizer que não falei das flores”, perante a covardia da polícia militar do Paraná, que agrediu os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.  Cerca de 20 ativistas sofreram lesões.  Nos primeiros meses, quando foi montado um acampamento simultâneo à Vigília, provocadores desfecharam tiros contra esse precário alojamento, em tentativa intimidatória.  Sem sucesso: a Vigília reforçou suas convicções, sua lealdade à Lula e se manteve ainda mais unida e forte até o último dia da prisão. 
 
A duas quadras da Vigília, foi também instalada a “Casa Marielle Franco”, onde se desenvolveram atividades artísticas, culturais e festivas, para manter indelével a memória da combativa vereadora carioca, barbaramente assassinada por milicianos. Ainda persistem incertezas sobre o real mandante do crime. Há indícios e denúncias de possível envolvimento do próprio presidente e seus filhos nesse caso, encobertos por um véu de impunidade e tergiversações.
 
Importantíssimos apoios nacionais e internacionais foram dados a Lula, assinalando a injustiça de sua prisão, a começar da própria Comissão de Direitos Humanos da ONU. As Mães da Plaza de Mayo condecoraram-no com o lenço branco, a mais alta homenagem do movimento argentino.  Pela Vigília passaram Adolfo Esquivel (Prêmio  Nobel da Paz), o ex-presidente argentino Duhalde e o atual recém-eleito Alberto Fernández, Jean-Luc Mélenchon (liderança do movimento de esquerda “França Insubmissa”), Kailash Satyarthi, Noam Chomsky (linguista norte-americano), o juiz Baltasar Garzón (que prendeu o ditador Pinochet), Chico Buarque, o ator norte-americano Danny Glover (embaixador da ONU para Direitos Humanos e Assuntos Raciais, com quem tivemos a oportunidade de visitar o assentamento do Contestado do MST na Lapa-PR), o governador maranhense Flávio Dino (PCdoB), a presidente nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco Luciana Santos.
 
Muitas outras personalidades do Brasil e do mundo estiveram na Vigília, mal cabendo  neste espaço enumerar todas, mas demonstrando que a Campanha Lula Livre não só representa um movimento pela liberdade mundial como também uma defesa da democracia, da soberania nacional e de direitos sociais subtraídos no atual quadro de acirramento da luta de classes. 
 
A vivência do PCdoB na Vigília Lula Livre permitiu alcançar a compreensão de que as batalhas pela liberdade do ex-presidente inserem-se na luta maior em defesa da democracia e da Constituição Brasileira, e que a prisão manipulada por setores inescrupulosos do Judiciário e do MP foi mais um capítulo do golpe que destituiu a presidenta Dilma, entronizou o oportunista neoliberal Temer e abriu caminho à eleição de Bolsonaro.
 
A Vigília por Lula foi um  espaço politico de aprendizagem, de humanidade, de encontros, de unidade na diversidade, para o acúmulo de forças para o enfrentamento do governo fascista, machista, racista e misógino de Bolsonaro. E isso tem que desembocar na constituição de uma Frente Ampla que possa afastar a barbárie bolsonarista e recomponha um verdadeiro projeto de Brasil soberano, democrático e justo.
 
Viva Lula Livre!