No Dia da Consciência Negra, racista ataca professor negro da Unesp

O professor universitário e líder antirracista Juarez Xavier foi agredido com um canivete em Bauru (SP), nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra. Antes do ataque físico, Juarez – um dos fundadores da Unegro (União dos Negros pela Igualdade Racial) – foi chamado de “macaco” pelo agressor racista. Segundo a Polícia Militar, ele teve ferimentos superficiais, passou por atendimento médico e já teve alta. O agressor foi detido.

Juarez Xavier

“Fui chamado de macaco. Reagi, fui esfaqueado!”, postou Juarez em sua página no Facebook. O criminoso ataque ocorreu na Avenida Nações Unidas, onde o professor costuma fazer caminhada. Na tarde desta quarta, enquanto Juarez passava pelo local, um homem o chamou de “macaco”. Juarez questionou a ofensa, e o agressor iniciou uma luta corporal, fazendo duas perfurações no professor com um canivete.

Pessoas que passavam pelo local detiveram o agressor, que foi preso pela PM. Juarez foi levado a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da cidade, onde teve os ferimentos suturados, sendo liberado em seguida. O agressor pode ser indiciado por injúria racial e lesão corporal.

Em nota, a Unesp repudiou a manifestação racista em pleno Dia da Consciência Negra e se solidarizou com o funcionário da instituição. Juarez dá aula de Jornalismo na Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp (campus Bauru) e é assessor da Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura.

“Negro, o professor foi alvo de xingamentos racistas quando estava em um local público e se indignou diante do criminoso, que ainda o atacou com golpes de canivete, fazendo-o sangrar no braço e nas costas”, registrou a universidade. “A resposta do docente, que também prestou queixa na delegacia, foi a esperada de cidadãos defensores da diversidade frente a ações de intolerância que não podem ser aceitas em ambientes democráticos e sociedades plurais.”

Em 2015, Juarez foi vítima de racismo dentro da própria universidade. Pichações encontradas em um banheiro da instituição o chamavam de “macaco” e ofendiam também alunas negras.