Ministro venezuelano acusa governo Bolsonaro por invasão à embaixada

O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, responsabilizou o governo Jair Bolsonaro pela criminosa invasão da embaixada da Venezuela em Brasília, efetuada à força na manhã desta quarta-feira (13). Segundo Arreaza, o Brasil desrespeitou acordos internacionais dos quais é signatário, como a Convenção de Viena.

Embaixada da Venezuela

“Denunciamos que as instalações de nossa embaixada em Brasília foram invadidas à força no início da manhã. Responsabilizamos o governo do Brasil pela segurança de nossa equipe e instalações e exigimos respeito pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, tuitou o ministro.

Venezuelanos ligados à oposição golpista, com ajuda de milicianos brasileiros, invadiram a Embaixada da Venezuela em Brasília pela manhã, a poucas horas da abertura da 11ª Cúpula do Brics. A ação, patrocinada por aliados de Juan Guaidó, tem apoio ilegal do Itamaraty. O Brasil é o único país do BRICS a tratar Guaidó como presidente da Venezuela – Rússia, Índia, China e África do Sul, com base na Constituição venezuelana, reconhecem a presidência legítima de Nicolás Maduro.

Em comunicado pelo Twitter, o governo Maduro afirmou que os diplomatas venezuelanos no Brasil não aceitarão a manobra: “Diante do cerco de grupos irregulares à @EmbaVEBrasil na madrugada de quarta-feira, diplomatas bolivarianos permanecem firmes sob a custódia da sede diplomática ligada ao direito internacional e aos preceitos da Convenção de Viena de Relações Diplomáticas”.

Na invasão, Tomas Silva, chamado de “ministro-conselheiro” pelos golpistas, teve acesso à embaixada após meses de tentativas irregulares e fracassadas. É provável que a manobra tenha sido planejada para esta quarta-feira porque Brasília está com ponto facultativo e sob plano rigoroso de segurança, devido à reunião de presidentes do BRICS. Mesmo nas imediações da embaixada, a locomoção está restrita – o que derruba a tese de uma ação espontânea.

Ativistas políticos e sociais – entre os quais dirigentes e lideranças do PCdoB – entraram na embaixada, fortalecendo a resistência contra os fascistas. “É importante resguardar a dignidade e segurança frente a esse novo atentado à democracia venezuelana, com denúncia e mobilização”, afirma Walter Sorrentino, secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB.