Um projeto político de oposição à Rosalba*

Nos últimos dias tem sido frequentes eventos políticos com a presença maciça de várias personalidades de oposição à Rosalba em Mossoró, unindo vereadores, líderes comunitários, empresários, deputados estaduais e presidentes de siglas partidárias de oposição ao rosalbismo. Aparentemente, a oposição em Mossoró começa a ganhar musculatura e a ameaçar a atual prefeita.

Rosalba
É de conhecimento geral que nenhuma unidade política pode ser competitiva e concreta sem a apresentação de um programa mínimo que possa dialogar com o povo e unir a oposição para além da rejeição a Rosalba, sob pena dessa unidade se autodestruir assim que passadas as eleições, como já vimos tantas vezes acontecer, no entanto uma provocação necessária e que precisa ser feita tem passado silenciosa: diante de tantas concepções diferentes de sociedade em um grupo heterogêneo, que tem desde trabalhadores comunistas a empresários, é possível a construção de um projeto político comum?

Tenho, nesse artigo de opinião, a ambição de iniciar um debate público sobre as linhas gerais de um projeto político que possa unir a oposição, dialogar com o povo e derrotar o rosalbismo.

Rosalba dialoga com o sentimento autoritário presente em boa parte da sociedade hoje e que ascendeu ao governo federal através de Bolsonaro, mas que perdeu em Mossoró. A atual prefeita dá sinais claros disso quando ataca a fonte de financiamento do sindicato dos servidores públicos, quando ataca a função dos professores colocando fiscais militares nas salas de aula, quando ataca liberdade de imprensa e persegue e sufoca jornalistas, quando submete a Câmara Municipal aos seus caprichos, usurpando seu papel, e quando acredita que é prerrogativa autoritária sua apresentar projeto de endividamento sem qualquer estudo de impacto financeiro ou mesmo dar satisfação alguma à sociedade.

Além disso, sente-se confortável em fugir de seu dever de gestora pública e silencia diante da saída da Petrobrás do nosso Estado, da duplicação da BR-304, dos cortes na educação que afetam diretamente institutos e universidades presentes na nossa cidade e da reforma da previdência que também trará muitos prejuízos para o povo e para os cofres públicos.

Dessa forma, penso que o projeto político de oposição a Rosalba precisa fincar o pé na Democracia e rejeitar qualquer programa autoritário que ataque os professores, alunos, servidores públicos e demais trabalhadores, que ataque a liberdade de expressão e do contraditório, a liberdade de imprensa e a liberdade de organização em sindicatos de trabalhadores.

Por fim, o projeto político de oposição precisa ser ativo e altivo e enfrentar os problemas reais e imediatos do nosso povo, como o desemprego, a saída da Petrobrás, a ameaça constante que sofrem os ambulantes do centro da cidade, os terceirizados sem salários, e apresentar um programa de desenvolvimento da nossa cidade, com inclusão social. Acredito que essas são as bases de um programa político mínimo capaz de unir a oposição e derrotar o rosalbismo: democracia e desenvolvimento contra o autoritarismo!
 

* Pedro Lúcio Góis é presidente do PCdoB – Mossoró/RN e Secretário Geral do SINDIPETRO/RN.