Flávio Dino analisa democracia em Congresso de Direito em Fortaleza

  Governador do Maranhão considera "ameaçador" o conteúdo da fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República, que falou em "novo AI-5 para reagir às esquerdas"

Flávio Dino participa de debate sobre direito eleitoral
Na palestra que abriu o último dia do II Congresso Cearense de Direito Eleitoral (Concede), hoje de manhã, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), abordou o tema “crise na democracia e o sistema de justiça”. Juiz federal até quando decidiu entrar na política, ele fez uma análise sobre o momento político do Brasil e apontou uma crise no sistema democrático do país.

O governador destacou a importância de se falar sobre a “crise que a democracia brasileira está vivendo”, analisando os motivos que teriam acarretado isso e apontando fraquezas do sistema democrático brasileiro que, segundo ele, estaria ameaçado por falas como a que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) realizou, em entrevista liberada nesta última quinta-feira, 21, sobre a possibilidade de um novo AI-5. “Vivemos em um momento que temos que tomar posição. As ditaduras servem para matar pessoas, não para defender o direito delas”, destacou o governador, se referindo a fala do deputado. Ele também criticou a transformação do sistema político em “artefato midiático”, insinuando uma mudança no comportamento dos juízes em relação ao cumprimento das leis.
Sobre as eleições presidenciais de 2022, Flávio não confirmou candidatura, mas considerou a possibilidade. O momento, segundo ele, seria uma oportunidade de unir forças, em defesa da democracia. “Posso me candidatar ou não. A única certeza é que estarei no processo eleitoral”, afirma.

O encontro começou na noite da última quarta-feira, com palestra do candidato do PDT à presidência da República em 2018, e ex-governador do Ceará, Ciro Ferreira Gomes, Na sequência da programação, ontem, um dos paineis teve a participação do ex-ministro do TSE, e atual advogado do presidente Jair Bolsonaro, Admar Gonzaga, que explicou a linha de defesa que tem adotado na crise entre ele e o partido ao qual pertence, PSL