Deputados criticam o inábil ministro de Bolsonaro na área ambiental

O episódio em que ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, atacou o Greenpeace, uma das principais ONGs ambientais do mundo, sem apresentar qualquer prova, foi duramente repudiado por deputados de diferentes partidos na Câmara dos Deputados. Salles insinuou que a organização pode estar por trás das manchas de óleo que atingem o litoral do Nordeste desde o início de setembro.

(Foto: Reprodução)

“Seria risível, não fosse trágica e leviana a manifestação do ministro do meio ambiente. A situação dramática do litoral do Nordeste merece ações rápidas e responsáveis, mas este governo prefere jogar para a plateia. Lamentável”, criticou a líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O deputado Orlando Farias que Salles nunca teve condições de ser ministro. “É mais um desse time de fanáticos que querem reduzir o Brasil a um imenso pasto. Assim como nada fez nos incêndios da Amazônia, o ministro lava as mãos no desastre do vazamento de óleo no Nordeste. Ao invés de trabalhar, espalha fake news e cria factoides para encobrir a própria incompetência”, disse.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se dirigiu ao ministro para dizer que Salles fez uma "ilação desnecessária" ao publicar mensagens irônicas sobre o Greenpeace.

Ricardo Salles publicou uma mensagem em uma rede social na qual disse ser uma "coincidência na vida" um navio da ONG ter navegado "na época do derramamento de óleo" em praias no Nordeste.

Pouco tempo depois, Rodrigo Maia publicou uma mensagem afirmando esperar um posicionamento oficial do Ministério do Meio Ambiente sobre o assunto.

Ricardo Salles, então, publicou uma mensagem direcionada a Maia na qual afirmou: "Presidente, o navio do Greenpeace confirma que navegou pela costa do Brasil na época do aparecimento do óleo venezuelano, e assim como seus membros em terra, não se prontificou a ajudar."

Rodrigo Maia, na sequência, respondeu a Ricardo Salles: "Ministro, obrigado pela resposta, mas o seu tuíte faz uma ilação desnecessária."

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Rodrigo Agostinho (PSB-SP), disse que “Salles perdeu as condições de estar à frente do ministério”. “Um ministro que usa cadeia nacional para amenizar o caos e propagar fake news não pode ser levado a sério.”

O coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Meio Ambiente, NIlto Tatto (PT-SP), repudiou as acusações de Ricardo Salles contra o Greenpeace. “ONG que ao contrário do pseudo-ministro, sempre atuou séria e corajosamente em defesa do meio ambiente”, diz.

“Cada vez mais assistimos crianças, por todo mundo, se envolvendo com o tema ambiental. Natural, o presente e futuro estão ameaçados. Aqui, temos um ministro que não consegue se comportar com a mínima maturidade dessas crianças. Lamentável”, afirmou o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).