Prefeitura se mobiliza para reduzir ação de óleo nas praias do Recife 

Na expectativa de que a mancha de óleo que polui as praias de Pernambuco chegue à Praia de Boa Viagem, no Recife, o prefeito em exercício, Luciano Siqueira, reuniu na manhã desta segunda-feira (21) os membros do Grupo de Trabalho, que vai atuar na prevenção e redução de possíveis danos ambientais ao litoral da cidade. Na semana passada as equipes de monitoramento do Governo do Estado registraram a presença do óleo em praias localizadas no Litoral Sul do estado.  

Prefeitura se mobiliza para reduzir ação de óleo nas praias do Recife - Antônio Nunes/GVP

Ontem à noite a mancha de petróleo chegou à Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, a cerca de 27 km do Recife. Integram o GT, Roberto Gusmão, da Emlurb; Coronel Cássio, da Defesa Civil do Recife; José Neves, secretário de Meio Ambiente do Recife; Ana Paula, da Secretaria de Turismo; Rodrigo, representante do Gabinete do Prefeito; Kaká, Imprensa; Jorge Vieira, secretário de Planejamento do Recife; Tadeu Lira, Chefe de Gabinete do vice-prefeito.

A Prefeitura do Recife já mobilizou 200 profissionais de limpeza da Emlurb para a ação nas praias. O governo municipal está também monitorando a praia e planejando a atuação das equipes. Além disso, a plataforma Transforma Recife será utilizada para aglutinar os esforços da sociedade civil que deseje participar dos esforços no enfrentamento ao desastre ambiental.

Em nota, a PCR afirma que, “se junta ao povo nordestino na cobrança de uma atitude concreta por parte do Governo Federal para enfrentar, identificar as origens e possíveis responsáveis por esse desastre ambiental, que pode trazer efeitos permanentes ao meio ambiente do nosso litoral, o mais importante destino turístico de praias do Brasil”.

Pernambuco

Desde a última quinta-feira, 71 toneladas de óleo haviam sido coletadas nas praias de Pernambuco. Além de São José da Coroa Grande, Tamandaré, Sirinhaém, Barreiros, Rio Formoso e Ipojuca, todas no litoral Sul do estado, foram observadas, ontem à noite, manchas de óleo na Praia do Paiva, próximo ao Recife. Entretanto, Pernambuco ainda não recebeu nenhum apoio do governo Bolsonaro para enfrentar o problema.

Críticas ao governo federal

A atuação do governo federal foi alvo, inclusive, de críticas por parte do secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti. Ele contou que na última quinta-feira enviou ofício ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, solicitando boias de contenção, mas, segundo Bertotti, Salles não deu nenhuma resposta. O secretário também critica a posição do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na condução do caso.

“Em nenhum momento o presidente da República teve um gesto para com os governadores do Nordeste, para que pudesse fazer um plano de ação concreto, para isto que hoje é um dos maiores acidentes de petróleo ocorrido no ocidente. Então, é importante que o presidente da República ouça o que fala um almirante da Marinha (refere-se a Leonardo Puntel, comandante de operações que esteve ontem no Recife). E que ele caia em si e tenha clareza que nós tivemos hoje um grande crime ambiental cometido e precisamos fazer a contenção deste crime”, afirma.

Assista ao vídeo com depoimento do secretário José Bertotti.

Justiça dá prazo a Bolsonaro

Ontem a Justiça Federal em Pernambuco determinou que a União adote medidas como a instalação de barreiras e a distribuição de equipamentos de proteção para conter o avanço das manchas de óleo. A decisão, o juiz Augusto Cesar de Carvalho Leal, acatou ao pedido do Ministério Público Federal (MPF), em caráter de urgência.

“Esta decisão obriga a União, no prazo de 24 horas, a fazer todo o procedimento, todas as providências focadas na contenção. A decisão do juiz dá prioridade justamente para as áreas mais sensíveis, que são os recifes de corais, o manguezal e os estuários”, declara o Procurador-Geral do Estado, Ernani Médicis. O procurador acrescenta que a decisão prevê uma multa diária de R$ 50 mil à União e ao Ibama, caso não haja o cumprimento.

Situação de emergência

Por enquanto, o Governo do Estado não tem intenção de decretar situação de emergência por causa do óleo encontrado no litoral. Em coletiva realizada na noite deste domingo no Palácio do Campo das Princesas, bairro de Santo Antônio, Centro do Recife, o comandante da Defesa Civil do Estado, Lamartine Barbosa, afirmou que, por enquanto, a decretação fica a cargo dos municípios, caso haja necessidade.

Do Recife, Audicéa Rodrigues com informações da PCR e da imprensa local.