Bolsonaro se contradiz e não demite ministro com denúncia robusta

Em meio as denúncias no envolvimento do uso de caixa dois pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em dezembro do ano passado, Jair Bolsonaro afirmou que havendo “denúncia robusta” contra ministros do seu governo haveria o imediato afastamento do cargo. Agora, apesar do indiciamento do Ministro do Turismo Álvaro Antônio, o presidente o mantém em sua equipe. 

Bolsonaro

“Olha só, havendo qualquer comprovação obviamente ou uma denúncia robusta contra quem quer que seja do meu governo que esteja ao alcance da minha caneta Bic, ela será usada”, afirmou na ocasião.

Por meio do porta-voz Otávio do Rêgo Barros, Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (4) que vai manter no cargo o ministro do Turismo, Álvaro Antônio, indiciado pela Polícia Federal sob suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa -com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente.

A PF concluiu que o ministro comandou o escândalo do laranjal do PSL, partido de Bolsonaro, no esquema de desvio de recursos públicos por meio de candidaturas femininas de fachada nas últimas eleições.

A crise política causada pela revelação desse esquema de candidaturas laranjas do PSL levou à demissão de Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

Bebianno se tornou o centro da primeira grave crise instalada no Palácio do Planalto depois que a Folha de São Paulo revelou o esquema para desviar verba pública eleitoral.

O partido foi presidido por ele durante as eleições de 2018, em campanha de Bolsonaro marcada por um discurso de ética e de combate à corrupção.