CPMI das Fake News convida Drauzio Varella; bolsonarista faz manobra

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News quer convidar o médico Drauzio Varella para falar sobre as notícias falsas envolvendo vacinas. O requerimento foi apresentado pelo deputado Rui Falcão (PT-SP). Enquanto o pedido do parlamentar de oposição visa a esclarecer padrões de fake news, a base governista procura tumultuar a CMPI. É o caso da deputada bolsonarista Caroline de Toni (PSL-SC), que apresentou diversos requerimentos, numa manobra para desviar o foco da Comissão.

Médico rebateu ataque de parlamentar bolsonarista l Foto: Divulgação

Vale a pena comparar as argumentações de cada lado. No pedido a Drauzio, Rui Falcão argumentou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o movimento antivacinas um dos maiores riscos para a saúde. “No Brasil, inúmeras reportagens publicadas nos últimos meses revelam um preocupante avanço do movimento antivacinação. O mais surpreendente é que famílias que escolhem não vacinar seus filhos reportam abertamente que usam, como fonte de informação, as redes sociais”, afirmou o deputado.

Para Falcão, Drauzio Varella “tornou-se referência na luta contra as notícias falsas, rebatendo uma onda crescente de movimentos críticos à vacinação surgidos em diferentes partes do mundo”. Por se tratar de convite, o médico não será obrigado a ir à comissão caso o requerimento seja aprovado. Mas sua participação é dada como certa.

Já Caroline de Toni propôs a convocação de nomes como a ex-presidenta Dilma Rousseff, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci e o ator Jefferson Monteiro, que interpretava a Dilma Bolada. Sem apresentar provas, a deputada diz que Monteiro recebeu R$ 200 mil para reativar o perfil da personagem petista, com uma suposta ajuda de Palocci.

Essa razão – supondo basear-se em fatos verídicos – poderia indicar “o envolvimento da [operação] Lava Jato com a utilização das mídias sociais para formação da opinião pública”. Ou seja, mesmo se Caroline de Toni comprovar uma suporta campanha publicitária, não há vínculo nenhum com fake news.