Trabalhadores da Embraer entram em greve, a 1ª em cinco anos 

Os trabalhadores metalúrgicos da Embraer, em São José dos Campos (SP), entraram em greve nesta terça-feira (24), na primeira paralisação na fábrica em cinco anos. Os trabalhadores reivindicam aumento real de salário e preservação de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva da categoria.

Greve na Embraer

A greve é por tempo indeterminado e foi aprovada em assembleias convocadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no primeiro turno da produção e no turno administrativo, na matriz da empresa. Faz quatro anos que os salários dos trabalhadores da Embraer estão sem aumento real.

Os trabalhadores rejeitaram a proposta patronal de aplicar apenas a inflação do período (3,28%) aos salários, de acabar com a estabilidade para lesionados e de liberar a terceirização irrestrita na fábrica. A reivindicação é de 6,37% de reajuste e renovação da Convenção Coletiva na íntegra. A cláusula da Convenção Coletiva que garante estabilidade para lesionados foi conquistada pela categoria metalúrgica na década de 1970.

O aviso de greve já havia sido protocolado na sexta-feira (20) na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de são Paulo), que representa o setor aeronáutico nas negociações com o Sindicato durante a Campanha Salarial. No início das negociações, a Fiesp havia proposto zero de reajuste. Na última rodada, o grupo patronal propôs apenas a inflação, sem abono. Na fábrica de Botucatu, a Embraer propôs reajuste salarial pela inflação e R$ 4.000 de abono.

“Esta greve mostra não só a insatisfação dos trabalhadores com seus salários – mas, principalmente, que eles estão dispostos a lutar por seus direitos. Apesar de ser uma das mais importantes empresas do país, a Embraer desrespeita seus trabalhadores ao tentar empurrar propostas rebaixadas como essas”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.

Apoio das centrais

Também nesta terça-feira, o movimento sindical manifestou seu apoio aos trabalhadores da Embraer e à paralisação. “Consideramos justa a reivindicação dos trabalhadores e esperamos que o bom senso e sensibilidade social prevaleçam”, afirmaram, em nota os presidentes da CUT, Vagner Freitas; da Força Sindical, Miguel Torres; da UGT, Ricardo Patah; da CTB, Adilson Araújo; e da CSB Antônio Neto.

Confira abaixo a íntegra da nota das centrais:

Nota de apoio a greve dos trabalhadores da Embraer

A Força Sindical, CUT, UGT, CTB e CSB declaram total apoio e solidariedade aos trabalhadores da Embraer, em São José dos Campos, que entraram em greve nesta terça-feira (24) por aumento real de salário e preservação de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva da categoria.

Consideramos justa a reivindicação dos trabalhadores e esperamos que o bom senso e sensibilidade social prevaleçam.

Ressaltamos que a greve é um importante e legítimo instrumento dos trabalhadores na luta para garantir que suas reivindicações sejam atendidas garantindo aumento real e a preservação dos direitos conquistados.

Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Miguel Eduardo Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)