Ditadura interferiu na vida de Renildo Calheiros, revelam documentos

O deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE) é um dos ex-estudantes da UFPE que foram acompanhados pelo Serviço Nacional de Informações (SNI). Isso não é novidade, mas documentos da UFPE divulgados recentemente mostram detalhes de como os militares interferiram na vida acadêmica da instituição de ensino.

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Dezenas de documentos que passaram mais de 30 anos guardados nos arquivos da reitoria demonstram como, em plena década de 1980, após a anistia e no final da ditadura, os militares interferiam na vida administrativa da UFPE.

O dossiê revela como o coronel Clidenor de Moura Lima, diretor do SNI em Pernambuco, e seus agentes davam ordens na UFPE, recomendando cancelamento de bolsas de residência médica, modificando programação de seminários, cancelando eventos, requisitando dados pessoais de estudantes que tinham acabado de passar no vestibular e até garantindo a transferência de um aluno “do seu interesse”.

"(…) Com os dados nas mãos, os agentes passavam a acompanhar de perto a vida acadêmica desses estudantes, muitos dos quais viriam a exercer mandatos políticos ou se tornaram figuras públicas.

Foi o caso do vereador e ex-prefeito do Recife João da Costa, deputado federal Renildo Calheiros, do procurador Aguinaldo Fenelon, do advogado e professor Jayme Benvenuto, do advogado e ex-empresário Maurício Rands, do médico e cineasta Wilson Freire, e do jornalista Vandeck Santiago, atual editor-executivo do Diário de Pernambuco.