Presidente da CPMI das Fake News sofre ameaça

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que irá investigar a disseminação de notícias falsas nas eleições presidenciais de 2018 denuncia ameaça de morte e pede proteção à Polícia Legislativa após receber mensagens por e-mail. O autor, sem se identificar, disse ao senador que iria "encher a boca de chumbo".

Lídice na CPMI da Fake News - Foto: Geraldo Magela Ag. Senado

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) disse que as ameaças foram feitas por perfis e e-mails falsos. “Creio que justamente por pregar tratamento mais duro contra esse tipo de gente, e pelo fato de a internet dar uma falsa sensação de anonimato, indivíduos descomprometidos com as leis se atrevem a espalhar ameaças. A Polícia Legislativa já cuida do caso”, informou à imprensa.

Depois de muita polêmica e até mandato de segurança para tentar barrar a criação da CPMI no Congresso, a comissão foi instalada na última quarta-feira (4), elegendo Ângelo Coronel presidente e a deputada Lídice da Mata (PSB-BA), relatora. O requerimento para a criação da CPI recebeu o apoio de 276 deputados e 48 senadores.

Composta por 15 senadores e 15 deputados, a CPI mista terá 180 dias para investigar a criação de perfis falsos e ataques cibernéticos nas diversas redes sociais, com possível influência no processo eleitoral e debate público. A prática de cyberbullying contra autoridades e cidadãos vulneráveis também será investigada pelo colegiado, assim como o aliciamento de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.

Segundo o senador Ângelo, é necessário descobrir quais são os focos da produção em larga escala de notícias falsas para combatê-las.