Com corte na Ancine, audiovisual terá a menor verba em sete anos

O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a Agência Nacional do Cinema, a Ancine. Na última quarta-feira (11), ele decidiu reduzir a principal fonte de fomento de produções audiovisuais no País.

Bolsonaro - Foto: Marcos Correa/PR

Para 2020, o governo propôs um projeto ao poder legislativo que corta em 43% o orçamento do Fundo Setorial do Audiovisual. É a menor dotação nominal para o fundo desde 2012, quando ele recebeu 112,36 milhões.

O projeto prevê, também, a maior redução na captação de recursos por meio de participação em empresas e projetos. Em 2020, esse orçamento passará de 650 milhões para 300 milhões.

Esse é mais um episódio da ofensiva de Bolsonaro contra a indústria do cinema. Em agosto, o presidente determinou que a sede da Ancine fosse transferida do Rio de Janeiro para Brasília, com o intuito de o governo poder ter mais controle sobre o órgão.

Na época, o presidente afirmou que o governo iria fazer uma seleção das obras que teriam apoio público e que filmes como “Bruna Surfistinha”, que retrata a vida de uma garota de programa, não iriam mais receber dinheiro do governo. Especialistas da área classificaram a atitude do presidente como censura.

O Palácio do Planalto já cogitou transferir o fundo para a Secretaria de Cultura, que faz parte do Ministério da Cidadania. A forte reação do setor, no entanto, fez o governo recuar e manter os recursos sob gestão da Ancine, que deve mudar de controle em 2020.